contra o fascismo

Boulos e Psol anunciam apoio a Haddad por democracia e direitos do povo

Líderes psolistas, assim como Haddad, destacam que defesa da democracia e dos direitos é o principal motivo da união

Ricardo Stuckert

Gleisi, Freixo, Sônia Guajajara, Haddad, Boulos e Juliano (presidente do Psol): ‘Disposição por aliança democrática’

São Paulo – Em entrevista coletiva no início da noite de hoje (9), o ex-candidato do Psol à presidência da República e seu partido anunciaram apoio ao petista Fernando Haddad no segundo turno. Segundo Guilherme Boulos, a decisão foi tomada “para que a democracia saia fortalecida e os direitos sociais do nosso povo saiam fortalecidos”. Mais cedo, o PSB do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014, decidiu apoiar o petista.

Boulos afirmou que ele e o Psol apresentaram “alguns pontos de contribuição” à campanha de Haddad e que foram acolhidos pela campanha do petista. “Vemos com muita satisfação essa disposição de fortalecer uma aliança democrática, em torno do direito dos trabalhadores e que tenha compromisso com a maioria do povo brasileiro”, disse Boulos.

Participaram da mesa a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, a candidata a vice na chapa de Boulos, Sônia Guajajara, o deputado Marcelo Freixo e o presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros.

Perguntado sobre sua proposta de “unir os brasileiros”, Haddad corrigiu a pergunta. “Tenho falado em unir os democratas, que é o que penso fazer no segundo turno. Unir os brasileiros, nós vamos unir quando formos governo.”

Ele enfatizou que, se ganhar a eleição, governará para todos. “Mas esse é um momento de unir os democratas. Os que lutaram pela redemocratização do país, por uma Assembleia Nacional Constituinte, por eleições diretas, os que defendem os direitos trabalhistas e sociais previstos na Constituição, os que defendem o Estado de bem-estar social como piso mínimo para o avanço social”, explicou o ex-ministro da Educação.

Mencionou ter recebido a informação de que o PSB divulgará, ainda hoje, uma nota de apoio a sua candidatura. “É uma grande noticia.” Ele destacou o crescimento da aliança pela democracia, com  PSol, PDT e PSB se somando a PCdoB, Pros e PT. 

O candidato petista também comentou sobre eventuais apoios vindos do PSDB. Ele disse acreditar em pessoas ligadas ao ex-governador Mario Covas,  “com outra perspectiva”. “Existe ainda uma social-democracia no PSDB”, disse.

No final da tarde, o presidente nacional do PSDB e ex-candidato à presidência, Geraldo Alckmin, anunciou que seu partido vai liberar os filiados e não vai apoiar nenhum dos dois candidatos.

Recém-eleito deputado federal pelo Psol do Rio de Janeiro como um dos três mais votados no estado, Marcelo Freixo respondeu a uma questão sobre se o Psol participaria de um governo Haddad. Ele destacou que, hoje, não se trata de um debate sobre governo, “mas sim a necessidade de derrotar uma corrente política absolutamente violenta e fascista”.

Freixo citou a foto postada por apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais,  em que resgaram uma placa em homenagem a Marielle Franco. “Existe amor ao próximo, e isso pode e deve vir para as decisões políticas. A gente quer espaço para a diferença e a divergência.”

Haddad comentou também a luta dos movimentos sociais contra as ameaças não só aos direitos, como à vida das pessoas, por pensarem diferentemente dos bolsonaristas.

“Muita gente está sendo ameaçada, inclusive fisicamente, por defender democracia e direitos sociais. Estão sendo naturalizados atos de violências contra jornalistas, (ou) como o mestre de capoeira na Bahia”, disse Haddad, em referência ao assassinato de Romualdo Rosário da Costa esta semana. “Não podemos naturalizar isso.”

Ele disse que a violência naturalmente “vai gerar protestos contra a cultura da morte e a cultura do ódio”, que se solidariza com todos os movimentos em defesa da vida, da democracia e dos direitos sociais, mas que sua participação em protestos depende de sua agenda de campanha.

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