Não é fake news

Conheça os riscos de Bolsonaro para segurança alimentar e meio ambiente

Apoiado pelo agronegócio, candidato pretende fechar o Ministério do Meio Ambiente, neutralizar o Ibama e outros órgãos, entregar a Amazônia para controle externo e aprovar o “Pacote do Veneno”

Marcelo Camargo/ABR

Manifestação contra as propostas de Bolsonaro, em frente ao Ministério do Meio Ambiente, em Brasília

São Paulo – É longa a lista de ameaças que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) representa para direitos humanos fundamentais, como a alimentação e um meio ambiente sustentável, dos quais depende a sobrevivência humana. Apoiado pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que tem no comando a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), Bolsonaro é aliado de outro ruralista, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O nome já foi anunciado como seu ministro da Casa Civil, caso seja eleito.

Além dos dois expoentes, a bancada ruralista em peso apoia o candidato. Não é para menos: Bolsonaro defende a extinção do Ministério do Meio Ambiente e ampliação e fortalecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que terá à frente um ruralista, e que passará a comandar políticas ambientais.

Outro agrado pretendido para o setor é o apoio à aprovação do “Pacote do Veneno”, que tramita na Câmara, deixando a Anvisa e o Ibama fora do processo de registro de agrotóxicos no país. Este é um dos pontos mais polêmicos da proposta rejeitada pela sociedade, que não quer mais agrotóxicos, e por centenas de órgãos nacionais e internacionais, como a ONU.

E talvez o mais interessante aos olhos do agronegócio: o fim da demarcação de terras indígenas e quilombolas, o afrouxamento de regras e a fiscalização ambiental e a promessa de colocar fim nos conflitos agrários, ao mesmo tempo em que defende a segurança no campo e a legalização do porte de armas por fazendeiros. 

Para além do seu programa de governo, evasivo, os anúncios que o candidato tem feito nas redes sociais e em entrevistas deixam populações tradicionais, trabalhadores, ambientalistas de todo o mundo e movimentos sociais em estado de alerta.

O setor da mineração também está ansioso por uma vitória do candidato, que anunciou parcerias com outros países para a gestão da Amazônia e todas as suas riquezas minerais e ambientais.

Já as propostas de Fernando Haddad (PT) incluem políticas para a produção de alimentos mais saudáveis, por pequenos agricultores, e ações voltadas para reduzir o avanço de pastos e lavouras sobre florestas. Em março de 2015, quando era prefeito de São Paulo, o petista sancionou lei que inclui, gradativamente, alimentos orgânicos na merenda escolar das escolas municipais.

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