Crescimento com justiça social

Por emprego e direitos, centrais sindicais reúnem-se com Haddad

Sindicalistas querem políticas que estimulem a economia e o mercado de trabalho, sem precarização

Ricardo Stuckert

Greve geral em abril de 2017: representantes dos trabalhadores querem políticas que garantam crescimento e inclusão social

São Paulo – Representantes das centrais sindicais vão se reunir nesta quarta-feira (10) à tarde, em São Paulo, com o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad. Na pauta, políticas para impulsionar a economia – e, consequentemente, o mercado de trabalho – e manutenção de direitos. Devem participar do encontro dirigentes de CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT.

Os sindicalistas apoiaram diferentes candidatos no primeiro turno. Mas, em junho, as centrais aprovaram uma pauta conjunta, chamada de Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, na qual expõem suas propostas para o próximo governo. “As eleições de 2018 são uma oportunidade para recolocar o País em outra trajetória de desenvolvimento econômico, social e ambiental. O debate público de ideias e projetos deve subsidiar as escolhas dos eleitores. Os governantes e parlamentares eleitos precisam ter compromissos com transformações que recoloquem o País no rumo de desenvolvimento, com incremento da produtividade, aumento da renda do trabalho, geração de emprego de qualidade, fim da miséria e redução da pobreza”, afirmam. Agora, querem compromisso de Haddad com essas e outras questões, também relacionadas à democracia e à cidadania.

A avaliação praticamente de consenso é de que o adversário do petista, Jair Bolsonaro (PSL), pode implementar uma política nociva do ponto de vista econômico e com viés anti-sindical. Em agosto, em entrevista no Jornal Nacional, o candidato alinhou-se à visão patronal: “O trabalhador terá que escolher entre mais direito e menos emprego, ou menos direito e mais emprego”. Ele também lembrou ter sido contra a chamada PEC das domésticas, aprovada pelo Congresso, por ver “excesso” de direitos na proposta.

Os sindicalistas também identificam no candidato do PSL uma visão pró mercado financeiro e empresarial, que se traduz em falas de analistas, em prejuízo de direitos sociais, já atingidos pela “reforma” trabalhista, que teve voto favorável de Bolsonaro. Ainda hoje (9), o cientista político Antônio Flávio Testa, que se apresenta como “voluntário” na campanha de Bolsonaro, declarou ao jornal El País que a preocupação é “em retomar a economia e, se possível, gerar emprego”.

O programa de Bolsonaro registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é vago em relação ao tema. Fala, basicamente, em implementar princípios liberais na economia e reduzir déficit fiscal. O programa de Haddad cita políticas voltadas para a juventude, um plano emergencial e também a revogação da “reforma” trabalhista e da Emenda Constitucional 95, de congelamento de gastos públicos, além de manutenção da política de valorização do salário mínimo.