ACOMPANHAMENTO

Parlamentares ressaltam importância de oposição firme e fiscalização de retrocessos

Deputados e senadores do PT disseram que resistência deve iniciar o quanto antes, por meio de apoio e defesa das instituições, com a força da militância

Câmara dos Deputados

Erika Kokay: povo brasileiro vai vivenciar momentos muito duros. Os desafios estão postos

Brasília – Poucas horas depois do anúncio da vitória do candidato Jair Bolsonaro (PSL) nas urnas, políticos do PT começaram a se pronunciar e a falar no caráter forte da oposição, resistência e fiscalização que farão como forma de combater a retirada de direitos que compõe o plano de governo do eleito. Lideranças do maior partido de oposição na Câmara destacaram a importância de se evitar a violência e ao mesmo tempo tentar construir uma resistência “todos os dias”. Também ressaltaram o caráter integrado e a força da militância da campanha do candidato petista, Fernando Haddad.

“Estamos diante de uma derrota eleitoral, mas que não é derrota política. O que vivemos no Brasil foi uma das mais belas manifestações de amor e de generosidade que poderíamos efetivar no solo brasileiro. Fomos às ruas, em todos os lugares, tomamos a praça e vai ser com esta alegria que conseguimos expressar nos últimos dias que vamos fazer a mais profunda resistência que este país já viu”, afirmou de Brasília, a presidenta do PT no Distrito Federal, deputada federal reeleita Erika Kokay.

A deputada lembrou que o país está, hoje, diante de um processo que foi construído com um golpe “porque não dariam conta de disputar essa eleição com Lula livre”.

“Tiveram de prender Lula e torná-lo inelegível para evitar que ele corresse o Brasil e mostrasse que o país seria feliz de novo. Eles não conseguiriam disputar essa eleição com Lula livre, por isso o prenderam sem provas e sem crime. Depois o silenciaram e o impediram de dar entrevistas, para que não pudesse dizer o que representava a candidatura do Haddad. Coitada de uma direita que tem que se utilizar do fascismo para chegar ao poder”, afirmou Erika.

A deputada ainda afirmou que a direita – representada por Jair Bolsonaro – “utiliza o que de mais grotesco existe na política brasileira”.

“O povo brasileiro vai vivenciar momentos muito duros. Os desafios estão postos, mas elegemos uma boa bancada federal que vai resistir, aliada aos governadores do Nordeste que preferiram Haddad. Vamos travar o bom combate e dizer o quanto valeu a pena cada voto que conseguimos conquistar nessa reta final”, acrescentou a parlamentar durante discurso no centro da capital do país.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) manifestou logo após o resultado, por meio das redes sociais, que  Fernando Haddad e sua candidata a vice-presidenta, Manuela D’Ávila, “foram gigantes”. Alertou, também, que “o candidato vencedor é um grande risco para as instituições democráticas”.

O deputado afirmou que vai exigir a apuração das fraudes pelo uso de caixa 2, atribuídas à campanha de Bolsonaro“Faremos oposição buscando construir uma frente progressista e democrática para tentar impedir os retrocessos. Vamos lutar nas ruas, no parlamento e junto às instituições em defesa dos direitos do povo, do patrimônio publico, das liberdades democráticas e da Constituição. Denunciaremos todo tipo de violência, intimidação e uso das instituições para um projeto fascista”, acentuou.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), atual líder do PT no Senado, disse que os petistas fizeram uma campanha linda e também chamou Fernando Haddad de “gigante”. O senador Humberto Costa (PT-PE), líder da minoria no Senado, destacou que os parlamentares do partido farão a resistência “de todos os retrocessos de Jair Bolsonaro”.

O PT fez, no início de outubro, a primeira maior bancada da Câmara dos Deputados, com 56 deputados. Ficou na frente do PSL, partido de Bolsonaro, que elegeu 52 parlamentares na Casa.