Festejo sombrio

No Paraná, disparo em comemoração a Bolsonaro mata menino de 8 anos

Autor dos tiros foi preso em flagrante pela polícia, que não confirmou a circunstância dos disparos. Na Bahia, militante é agredida por policiais

Reprodução/Facebook

Homem foi preso em flagrante. Testemunhas relataram tiros para o alto em função da vitória de Bolsonaro

São Paulo – Um menino de oito anos foi morto na noite deste domingo (28) em Ponta Grossa, interior do Paraná, após ser atingido por um tiro dado por um homem que comemorava a vitória do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Ao bombeiro que atendeu a ocorrência, os pais da vítima afirmaram que um amigo da família manuseava a arma quando teria ocorrido dois disparos acidentais, um deles atingindo a criança. 

Outras testemunhas também afirmaram que o homem comemorava o resultado do segundo turno das eleições 2018 com disparos para cima. Os pais colocaram o menino no carro e saíram em busca de atendimento e, no caminho, foram socorridos por uma ambulância, mas ele não resistiu e morreu no local. 

O autor dos disparos, que não teve a identidade revelada, foi preso em flagrante pela Polícia Militar, que também apreendeu a arma. A situação em que teriam sido efetuados os disparos não foram confirmadas pelos policiais. 

Também no Paraná, frequentadores da casa noturna Verdant, uma balada LGBTI em Curitiba, foram orientados a não sair do local sozinhos e chamar táxis de dentro do local. Havia relatos de que apoiadores de Bolsonaro estavam comemorando nas imediações e agredindo quem saia do espaço. 

Bahia

Em Salvador, capital da Bahia, a estudante Janaína Barata, de 19 anos, foi agredida por policiais militares, quando tentava apartar uma discussão entre militantes petistas e defensores do presidente eleito, no bairro Rio Vermelho. Ela buscava controlar a repressão da polícia que, com gás de pimenta, tentava dissipar uma aglomeração criada após uma discussão entre dois homens. “Eu falei: ‘calma, ele não fez nada’. Aí, me deram uma cassetada na cara, eu caí”, relatou. 

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Estudante agredida por policiais em Salvador

O governador reeleito da Bahia, Rui Costa (PT), disse que o caso será levado à Corregedoria da Polícia Militar. “Condeno os atos de violência que ocorreram na noite de hoje no Rio Vermelho. Assim que tomei conhecimento dos fatos, determinei ampla e rigorosa apuração da ação policial pela Secretaria de Segurança Pública”, afirmou o governador pelo Twitter.

Ainda antes do resultado final da apuração, um grupo de apoiadores de Bolsonaro saiu em carreata para comemorar a iminente vitória do seu candidato e trocaram provocações com militantes do PT que acompanhavam a apuração em frente ao Largo de Santana. 

RJ

A Praça São Salvador, em Laranjeiras, tradicional ponto de encontro da esquerda, foi palco de agressões contra eleitores de Haddad. Apoiadores de Bolsonaro foram ao local provocar e chegaram a atirar rojões contra os frequentadores. O professor de história Felipe Velloso foi agredido com uma garrafa e acabou hospitalizado. 

A música Laura Perfeito estava com um adesivo de campanha de Haddad colado no peito e foi hostilizada por um grupo de homens. “Eles disseram: ‘Vou fazer você engolir esse adesivo'”, relatou. 

Em Copacabana, um homem que pediu para não ser identificado relatou agressões dentro de um restaurante pelo mesmo motivo. “Não havia nenhuma outra justificativa pra ele me agredir dessa forma a não ser o adesivo do Haddad. Estávamos conversando sobre família quando ele se levantou, gritou: ‘você estava me provocando’. E foi com uma cadeira na minha direção, tentou me socar, mas seguraram ele. Caí no chão e bati as costas”, relatou.

Pará 

No estado, um policial militar da reserva eleitor de Bolsonaro agrediu uma mesária aos gritos de que a urna estava fraudada. Ele tentava votar com o número do PSL quando a urna pedia voto para governador. Não havia candidato deste partido no estado para essa vaga. Ele filmou a urna e empurrou a mesária quando ela informou que aquela prática era crime. 

A juíza da 97ª Zona Eleitoral, Ana Patrícia Mendes, determinou a prisão do eleitor, que não teve o nome revelado. No primeiro turno, vários vídeos de eleitores cometendo o mesmo erro viralizaram. 

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