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Haddad questiona ‘limite da loucura’ da campanha de Bolsonaro

Em encontro com pessoas com deficiência, candidato do PT assina compromisso de políticas públicas e volta a alertar que adversário coloca democracia em risco. 'Acordem', disse à imprensa

© Alice Vergueiro/Folhapress

Haddad em São Paulo, encontra e assume compromisso com pessoas com deficiência. “Nosso desafio é amar o diferente, nos tornamos humanos nesse convívio”

São Paulo – No encontro “Pessoas com Deficiência pela Democracia”, de que participou na manhã deste domingo (14), em São Paulo, o candidato do PT a Presidente da República, Fernando Haddad, assinou um termo se comprometendo a colocar em prática, em seu governo, políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência.

“Quero que as crianças que não têm deficiência possam conviver com crianças que têm. É conhecendo o diferente que formaremos cidadãos. A criança sem deficiência tem direito de conhecer e brincar com a que tem. Nosso desafio é amar o diferente, nos tornamos humanos nesse convívio”, disse.

O candidato lembrou o trabalho que realizou enquanto ministro da Educação, uma parceria intersetorial com outros ministérios levou à inclusão de mais de 400 mil crianças com deficiência nas escolas públicas de todo o país, por meio do programa BPC nas escolas (Benefício de Prestação Continuada), assegurando àquelas crianças o direito de frequentar a escola e ter convívio social.

Bolsonaro no limite

Após o encontro, durante entrevista coletiva, Haddad fez seu mais duro pronunciamento contra o adversário, Jair Bolsonaro (PSL). Ele questionou qual é o “limite da loucura” do candidato da extrema-direita. Para Haddad, as acusações de Bolsonaro estão “ficando sérias, com muita ofensa desnecessária”.

Ele também pediu que a imprensa questione as afirmações do candidato e de seus aliados. “Ou nós colocamos as coisas nos trilhos para sair dessa com liberdade, com respeito, ou nós vamos muito mal. Se a imprensa não ajudar, essa campanha não vai terminar bem. Não é assim que se ganha uma eleição”, disse. “A democracia está em risco. Acordem”.

O candidato do PT também lembrou que faz um apelo à campanha de seu adversário para parar com as notícias falsas e que ele alega que não pode se responsabilizar. Haddad, então, questionou: “mas quem está pagando por tudo isso? Custa barato fazer essa campanha pelo WhastApp? Quem é que paga?”

Haddad lembrou as eleições nunca ocorreram desta forma no Brasil e voltou a chamar Bolsonaro para o confronto de ideias. “Não se ganha uma eleição dessa maneira. É ruim para o país. Vamos debater propostas. E tem uma razão para ele não participar de debates: porque ele não vai poder falar isso na minha cara. Não vai poder afirmar nada do que ele afirma pela internet, frente a frente. Ele não vai conseguir sustentar”.

Ainda aos jornalistas, Haddad destacou que “o PT nunca violou o princípio democrático nos anos em que governou o país. Nenhuma instituição democrática foi enfraquecida. Quem tem de explicar o passado é meu adversário que defende a ditadura, que afirmou que a ditadura errou por torturar e não matar”.