eleições 2018

Facebook exclui rede de ‘fake news’ pró-Bolsonaro

Rede social removeu 68 páginas e 43 contas associadas ao grupo brasileiro Raposo Fernandes Associados (RFA), propriedade de empresários que apoiam o candidato

reprodução

Algumas das páginas removidas pelo Facebook por usar nomes falsos e usar spam para apoiar a eleição de Bolsonaro

São Paulo – O Facebook anunciou hoje (22) que removeu 68 páginas e 43 contas que formavam uma rede de fake news em apoio ao candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL). Entre as páginas deletadas estão nomes conhecidos pela propagação de mentiras nas redes sociais, como Folha Política, Correio do Poder, TV Revolta, Política na Rede e Movimento Contra a Corrupção (MCC), mas também páginas diretas como Apoio a Jair Bolsonaro e Alexandre Frota.

Elas estavam associadas ao grupo Raposo Fernandes Associados (RFA), administrada pela Novo Brasil Empreendimentos Digitais, que é propriedade de Ernani Fernandes Barbosa Neto e de Thais Raposo do Amaral Pinto Chaves.

Há 10 dias, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que esse grupo constituía a principal e mais influente rede de apoio e difusão de ideias de Bolsonaro. O conjunto das páginas chegou a ter 12,6 milhões de interação em um mês. Cerca de 16 milhões de pessoas seguiam essas páginas.

As páginas foram criadas entre 2013 e 2014, no início das mobilizações pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). E já receberam dinheiro de cota parlamentar do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR) aliado de Bolsonaro cotado para chefiar a Polícia Federal.

A rede ligada à RFA também foi uma das principais veiculadoras de boatos de fraude no primeiro turno das eleições presidenciais deste ano. Por meio da Folha Política, divulgou um vídeo em que um delegado dizia ter identificado fraudes nas urnas.

O delegado em questão era o deputado Francischini. O grupo também é parceiro do Movimento Brasil Livre e do extinto Revoltados On-Line. O PRTB, partido do vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, contratou R$ 30 mil em serviços de Barbosa Neto e Thais Raposo.

Segundo o Facebook, as contas utilizavam nomes falsos ou repetidos e propagavam grande quantidade de spams para causar sensacionalismo com política. “Embora a atividade de spam esteja comumente associada à oferta fraudulenta de produtos ou serviços, temos visto spammers usando cada vez mais conteúdo sensacionalista político para construir uma audiência e direcionar tráfego para seus sites fora do Facebook, ganhando dinheiro cada vez que uma pessoa visita esses sites. E isso é exatamente o que as Páginas e as contas que removemos hoje estavam fazendo”, explicou a empresa.

 

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