Impostura

Deputado critica omissão do TSE: ‘Diante desse crime, não podem fazer nada?’

Wadih Damous, ex-presidente da OAB-RJ, destaca seletividade da Justiça, que 'canta de galo' contra o PT e nada faz contra fake news de Bolsonaro, e diz que vai ao Conselho de Ética contra o filho do candidato por fala sobre fechar o STF

José Cruz/Agência Brasil

“Com Bolsonaro, não vemos aquela valentia toda”, afirma Damous, que criticou “platitudes” de Rosa Weber

São Paulo – O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) criticou o neste domingo (21) posicionamento “omissivo” e “deletério” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre denúncias de caixa 2 montado por empresários partidários do candidato Jair Bolsonaro (PSL) para espalhar fake news – notícias falsas – pelo Whatsapp contra o PT. Ele também afirmou que a Justiça brasileira, juntamente com a imprensa tradicional, são responsáveis pela ascensão do representante da extrema-direita no país e pelo “processo de destruição” que ele promete fazer

Os senhores criaram Jair Bolsonaro, e serão engolidos por ele. O sistema de Justiça brasileiro é corresponsável. Esses juízes que se acham donos da verdade, que acham que podem desrespeitar a Constituição de forma cínica, aberta e deslavada, que podem jogar a Constituição no lixo, que podem desrespeitar o devido processo legal, podem condenar sem provas e seletivamente para tirar do jogo o único candidato que poderia fazer frente a esse tipo de cenário”, criticou o parlamentar, fazendo referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerado inelegível pelo próprio TSE.

Wadih também anunciou que o PT deve entrar com representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o parlamentar Flávio Bolsonaro por ameaçar fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), caso a candidatura de seu pai sofresse qualquer ação de impugnação. Em vídeo, o deputado por São Paulo diz que bastaria “um soldado e um cabo” para fechar a mais alta corte do país. Damous também afirmou que pretende oficiar cada um dos onze ministros do STF para que se posicionem em relação ao que foi dito.  

Em transmissão pelas redes sociais, o deputado pelo Rio disse estar indignado com as declarações da presidenta do TSE, ministra Rosa Weber, que classificou as mentiras divulgadas como “instrumento intolerável de desinformação”, mas não anunciou nenhuma medida que pudesse salvar a lisura da disputa eleitoral a tempo. “Diante dessa impostura, desse crime, a senhora Rosa Weber vem a público dizer que não pode fazer nada, com as suas conhecidas platitudes. É isso que me deixa estarrecido.”

Ele disse que as ações da campanha de Bolsonaro, aliada “com o que há de pior do empresariado brasileiro“, que usa notícias falsas para destruir a campanha adversária de Fernando Haddad, não causa espanto. “O que me causa espanto é o papel deletério e omissivo do TSE.” 

Ele destacou o caráter seletivo da atuação da Justiça. “Contra o PT, contra o ex-presidente Lula, cantam de galo. Aí de nós se tivéssemos praticado uma fake News nessas eleições. Com Bolsonaro, não vemos aquela valentia toda, aquela empáfia, o nariz empinado. Vemos o que mostrou Rosa Weber”, afirmou Damous, que classificou como “platitudes” as declarações da presidenta do TSE.

Boulos

O candidato à presidente pelo Psol no primeiro turno, Guilherme Boulos, provocou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, a se posicionar sobre as declarações “explosivas” de Flávio Bolsonaro. “Celso de Mello chamou a fala de Eduardo Bolsonaro daquilo que é: golpista. E os demais ministros? E o presidente do STF, Dias Toffoli? Não haverá iniciativa do MP e do TSE? Vão reagir ou esperar a chegada de ‘um soldado e um cabo’?”, afirmou Boulos, pelo Twitter. 

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