Arte e política

Arnaldo Antunes desabafa contra onda de violência que marca disputa eleitoral

Músico divulga manifesto em sua página no Facebook no qual faz homenagem ao mestre Moa do Catendê, assassinado em Salvador, e assume posição em defesa da arte e da cultura contra retrocessos

arquivo facebook

Arnaldo: coração fraturado nesses dias brutos, de coturnos chucros, a chutar a cara de quem ama arte, cultura, educação

São Paulo – O músico, poeta e compositor Arnaldo Antunes postou em sua página no Facebook um texto falado, com a hashtag #IstoNãoÉUmPoema, em que se manifesta contra a violência na disputa eleitoral e o avanço do retrocesso no país, com a possibilidade de ascensão do candidato Jair Bolsonaro (PSL) na disputa em segundo turno pela Presidência.

Antunes classifica o seu texto falado como um desabafo, “que não pude não fazer, e não pude fazer de outra forma que não fosse assim, fatiando as frases no espaço aqui”. Antunes faz referência à onda de violência entre os eleitores, sobretudo por parte de apoiadores de Bolsonaro, que tem marcado a disputa deste segundo turno.

“Hoje eu vi aterrorizado um artista assassinado, Moa do Catendê, mestre de capoeira, autor do Badauê, por conta de uma divergência política em um bar da Bahia, depois corri o dedo sobre a tela e vi e ouvi arrepiado Luiz Melodia (também negro e compositor, também com o cabelo rastafári, como a vítima do post anterior) cantando No Coração do Brasil e repetindo muitas vezes esse refrão ‘no coração do Brasil’, ‘no coração do Brasil’”, afirma, para depois destacar que o país tem “o coração fraturado nesses dias brutos, de coturnos chucros, a chutar a cara de quem ama arte, cultura, educação, liberdade de expressão…”.

Confira o manifesto de Arnaldo Antunes: