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Temer diz que Justiça não deve se prestar a vazamentos que influenciam a eleição

Vice-presidente afirma que divulgação seletiva de informações sob segredo 'não é útil' em meio à disputa entre Dilma e Aécio. A prefeitos peemedebistas, pede campanha com força nas periferias de São Paulo

Temer a prefeitos e líderes: “Nós temos que demonstrar a nossa força eleitoral nessas duas semanas”

São Paulo – O vice-presidente da República, Michel Temer, criticou hoje (13) o vazamento seletivo de informações sob segredo de Justiça em meio ao período eleitoral. O líder do PMDB refutou o depoimento dado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, acusando peemedebistas e petistas de receber recursos da estatal para o financiamento de campanhas políticas.

“Não quero dizer isso”, afirmou Temer, durante entrevista coletiva, quando questionado sobre a motivação eleitoral por trás do vazamento de depoimentos dados à Justiça do Paraná. “Mas que não é útil para as eleições, não é. A gente percebe que tem sido muito usado eleitoralmente. A Justiça não pode se prestar a isso, e acho que não se presta a essa atividade.”

Na semana passada a presidenta Dilma Rousseff já havia afirmado considerar estranho que informações surgissem de maneira seletiva e descontextualizada em meio ao período eleitoral. Ela aproveitou comício em Canoas, no Rio Grande do Sul, para acusar a existência de um “golpe” que tenta manipular o rumo das eleições. A fala surgiu um dia depois de o Jornal Nacional veicular uma reportagem de dez minutos ancorado no vazamento das informações prestadas por Costa, que tenta obter redução das penas que poderá sofrer mediante acordo de delação premiada.

Na conversa com jornalistas e no diálogo com prefeitos do PMDB no estado de São Paulo, Temer afirmou que o partido está unido em torno da candidatura de Dilma. Aos governantes, acenou com a revisão do pacto federativo para melhorar a situação financeira dos municípios em um eventual segundo mandato, e disse ser necessário melhorar a votação da chapa encabeçada pelo PT no território paulista, onde o tucano Aécio Neves obteve vantagem de 4,2 milhões de votos no primeiro turno.

“O governo vai depender muito do PMDB. Vai depender muito da nossa vitalidade, vai depender muito do nosso equilíbrio, da nossa moderação. Mas vai depender principalmente da nossa força eleitoral. E nós temos que demonstrar a nossa força eleitoral nessas duas semanas”, afirmou, cobrando que prefeitos e líderes locais trabalhem com empenho especial nas periferias das cidades para demonstrar o que vê como avanços de 12 anos de governos do PT.

Ele disse que recentemente a situação do país melhorou como um todo, beneficiando ricos e pobres, e criticou o tom usado por Aécio ao falar de questões econômicas. “A economia vai mal. Mas vai mal onde? Vai mal como? Se os pobres, os que foram para a classe média ainda vão ao supermercado, onde não iam, compram frango, compram iogurte, compram chocolate para o seu filho.”