São Paulo – Para a deputada federal de São Paulo eleita pelo PT, Ana Perugini, a presidenta Dilma Rousseff (PT) saiu do processo eleitoral “maior do que entrou”. “O que me impressionou muito ontem foi o discurso da presidenta Dilma, muito madura”, elogiou. “Quando ela conclamou a união de todos pelo Brasil, mesmo depois de uma campanha como foi o segundo turno, mostrando que a democracia pressupõe, de fato, opiniões diferentes, que agora somos todos um povo só pelo nosso país”, avalia a deputada.

Ainda segundo ela, a diferença pequena na votação na disputa pela Presidência da República se deu por uma “movimentação muito forte no cenário”, com a ascensão de Marina Silva (PSB) e a ida de Aécio Neves (PSDB) ao segundo turno, que surpreendeu por não corresponder aos números apresentados pelas pesquisas eleitorais. O pleito resultou na reeleição de Dilma Rousseff (PT), que teve 51,64% dos votos válidos, enquanto o tucano teve 48,36%.

Além disso, a deputada considera que a campanha foi “muito dura”, inclusive com “ódio nas ruas”. Episódios de agressões verbais e físicas foram recorrentes, como os discursos de ódio em redes sociais e confrontos físicos entre eleitores dos dois candidatos.

Contudo Ana Perugini acredita que, apesar de duro, o processo eleitoral foi “muito democrático”, no qual as pessoas tiveram espaço para expor as ideias. Para ela, também ficou evidente houve disputa entre dois modelos  de governo “absolutamente distintos.”

Participação popular

Para Ana Perugini, o novo governo da presidenta precisará “se envolver muito mais com o nosso povo nas ruas”. Na reta final das eleições, Dilma recebeu o apoio de diversos movimentos sociais, o que pode ter sido um dos fatores decisivos para a reeleição.  “A população precisa participar muito intensamente do governo”, avalia, também considerando o congresso eleito mais conservador e com uma base de oposição maior.

“Há um chamado de participação popular intenso de todo o país e nós precisamos dar resposta a esse chamado de mudança na política, as mudanças pela reforma política”, ressalta. A deputada entende que, no discurso de ontem (26), a presidenta “chamou a responsabilidade para si”, mas que, em um país democrático, é preciso respeitar os poderes e as interações entre eles.

Ana Perugini diz que é importante se aproximar “sempre e muito” dos movimentos sociais. “A nossa luta é pela democracia direta. Quanto mais direta a participação, melhor para o nosso país.”