Próximos passos

‘Cumprimos nosso papel. Agora vem a fase da cobrança’, diz presidente da CUT

Para Vagner Freitas, movimentos sociais terão de 'disputar agenda' com o governo. 'Vão ser quatro anos de muita luta política e social', afirma, lembrando que redução da jornada não virá com 'canetada'

Ichiro Guerra/Campanha Dilma

“Vamos disputar agenda com o governo. Serão quatro anos de caravanas a Brasília”, adianta Freitas

São Paulo – Confirmada a reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT), que estava “no centro da estratégia” da CUT, o presidente da central, Vagner Freitas, diz que agora é momento de cobrar o governo e pressionar o Congresso pelo atendimento da chamada pauta trabalhista. Segundo ele, nesse próximo passo a CUT terá “a mesma dedicação que teve na eleição, por entender que era o melhor para a classe trabalhadora”. “Por isso a militância da CUT foi às ruas”, acrescenta.

Mas isso foi é uma etapa vencida, diz Freitas. “Já cumprimos o nosso papel. Agora vem a fase da cobrança”, afirma. “É verdade que o Brasil elegeu uma presidenta progressista, mas elegeu um Congresso extremamente conservador. Vamos disputar agenda com o governo. Mesmo na coalizão da presidenta Dilma há muitos conservadores. Serão quatro anos de caravanas a Brasília.”

Ele dá o exemplo, entre outros itens da pauta, da reforma da jornada para 40 horas semanais, antiga reivindicação sindical. “Se quisermos diminuir a jornada, temos de forçar que o projeto passe. Não é uma canetada da presidenta.” O dirigente fala em “conclamar” as demais centrais, MST (sem-terra), MTST (sem-teto) e organizações da juventude em torno de “uma pauta de luta”, como define. “Eu sei que os empresários vão fazer a mesma coisa”, observa.

O Projeto de Lei 4.330, sobre terceirização, continua sendo motivo de preocupação – combatido pelos centrais, pode retornar à pauta do Congresso. “Só não sei se vão fazer nesta legislatura ou vão deixar para a próxima, que é mais conservadora ainda. Não só o 4.330, mas outras medidas nocivas para os trabalhadores.”

Para o presidente da CUT, a derrota da candidatura do PSDB evitou um “mal maior”, mas as conquistas trabalhistas seguem em risco. “Vão ser quatro anos de muita luta política e social”, afirma.