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Após ataques a Marina, Dilma muda tom, lembra conquistas e faz propostas em educação

Candidata do PSB só foi lembrada para reforçar importância dos recursos do pré-sal para ‘futuro do país’. Aécio e Marina usam programas para fazer promessas em saúde

Horário Eleitoral

No programa, Dilma apareceu no Senai de Salvador e ressaltou a importância do ensino técnico para qualificar empregos

São Paulo – Depois de ser criticado por correligionários e adversários pelos ataques pessoais contra a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, comparada a Fernando Collor e Jânio Quadros na última terça-feira (2), o programa eleitoral veiculado hoje (4) pelo PT preferiu elencar conquistas do governo federal em educação e definir prioridades para um eventual segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff.

A única menção à adversária apareceu de forma velada: “Dilma garantiu por lei a destinação de R$ 1,35 trilhão para saúde e educação com os royalties e o fundo social do pré-sal, muito diferente de certa candidata que não quer dar prioridade à exploração do pré-sal”, disse uma das apresentadoras do programa. “Ser contra o pré-sal é ser contra o futuro do Brasil.”

Com maior espaço na TV, Dilma ressaltou que as gestões petistas elevaram em 218% o orçamento da educação no país e estabeleceu cinco diretrizes para os próximos quatro anos, caso seja reeleita. “Vamos colocar mais crianças nas creches, alfabetizá-las na idade certa, expandir ensino de tempo integral, expandir os ensinos superior e profissionalizante e valorizar os professores”, prometeu. “Mas minha principal prioridade será melhorar o ensino básico. Só com formação inicial sólida, pode-se evoluir e seguir adiante.”

A candidata do PT prometeu, ainda, a abertura de mais 12 mil vagas no Pronatec (o programa de ensino técnico e profissionalizante do governo federal) e lembrou que o programa Ciência Sem Fronteiras já concedeu 84 mil bolsas de estudos para universitários brasileiros no exterior.

Marina Silva, por enquanto maior ameaça à permanência de Dilma no Planalto, usou o programa para dizer que não perderia o pouco tempo de TV com agressões pessoais, voltou a enaltecer a união entre brasileiros e teceu comentários sobre a saúde. Com imagens de palestra concedida ontem (3) na Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, a candidata garantiu que irá conseguir os recursos necessários para elevar investimentos na área para 10% do orçamento bruto da União.

O candidato do PSDB, Aécio Neves, também falou de saúde. “Você tem ouvido candidatos falando que a saúde está ruim e agora tudo vai melhorar, mas, para funcionar, além de investir mais dinheiro, é importante organizar o que existe hoje. Foi o que fiz em Minas Gerais”, pontuou o tucano, lembrando que criou 76 centros integrados de atendimento à saúde quando foi governador do estado. “Conseguimos ter o melhor sistema de saúde pública da região Sudeste. O próprio governo federal reconhece.”

No final, Aécio lançou um “papo reto” aos eleitores. “Dilma já teve sua oportunidade e não melhorou o Brasil”, introduziu, ao apresentar-se como a melhor alternativa para uma mudança de governo. “Há dois caminhos: Marina e eu.” Ao manifestar respeito à adversária do PSB, porém, Aécio lembrou que a ex-ministra é uma incógnita. “Para mudar, é preciso eleger um governo que funcione, que tenha equipe, ideias já testadas e força política para fazer as mudanças.”