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Deputado do PSB diz que divergências com Marina e Rede não são fim de mundo

Júlio Delgado diz que crise com saída de Carlos Siqueira da coordenação da campanha presidencial após divergências com a ex-senadora foi fruto de mal entendido e considera que PT e PSDB estão assustados

Pedro Ladeira/Folhapress

Em Brasília, partidos que integram coligação encabeçada por Marina se reuniram para discutir problemas

São Paulo – O deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), uma das lideranças do partido de Eduardo Campos que tem feito esforços para superar as divergências com a Rede da agora candidata Marina Silva à presidência da República, diz que PT e PSDB, legendas que têm polarizado as eleições desde 1994, estão vendo “assombração” com o crescimento da candidatura socialista. “Existe interesse dos dois lados, que viram que a Marina vai alterar o processo eleitoral, de criar mais imbróglio do que realmente existe”, afirmou à RBA, sobre a crise na campanha desencadeada com a saída de Carlos Siqueira, secretário-geral do PSB e coordenador da campanha de Campos.

“Não estou e não estarei em hipótese alguma na campanha desta senhora”, declarou Siqueira à imprensa. Siqueira seria substituído por Walter Feldman, da Rede, mas agora existe a possibilidade de que o vice na chapa de Marina, o deputado Beto Albuquerque (RS), ocupe a coordenação de forma provisória até que os ânimos se acalmem. “Existem questões pontuais, mas não é esse cavalo de fim de mundo. Existiu hoje um mal entendido e uma desavença pontual do Carlos Siqueira que estamos trabalhando para poder reverter. Tem o interesse da Rede de reverter. Então vamos caminhar. Os dois lados (PT e PSDB) assustaram e vão pra cima da gente querendo ver assombração ao meio-dia”, avalia Julio Delgado. Durante o dia de hoje (21), Marina Silva também disse ter havido um mal entendido.

Ele garante que não há crise, que Siqueira vai continuar como secretário do PSB e que não há divergências importantes entre o partido e Marina. “A candidatura da Marina é pelo PSB. Se ele (Siqueira) não participar diretamente da campanha da presidente, participará do compromisso das alianças que o Eduardo fez nos estados, das candidaturas a deputados federais e estaduais do PSB. O Carlos Siqueira tem comprometimento com isso tudo.”

Delgado demonstra otimismo com a candidaturas do PSB à presidência e questiona os números do Datafolha. De acordo com a última pesquisa, a presidenta Dilma Rousseff (PT) teria 36% das intenções de voto, contra 21% de Marina (PSB) e 20% de Aécio Neves (PSDB). “Já temos informação que os índices da Marina são melhores do que os que o Datafolha deu. Vamos fazer a mudança como Eduardo previa, para agora. Lula e outros fizeram previsão errada, achando que nós estávamos nos cacifando para 2018. É para agora.”

Para o deputado, alianças como a feita com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em cujo palanque Marina prometeu não subir, fazem parte dos acordos e não comprometem o projeto nacional. Ele afirma que o principal legado de Eduardo Campos era o poder agregador e que isso será mantido. “O Eduardo nos agregava, não podemos perder esse legado. Tínhamos gente do PSB aliado do PT e muita gente que eram e são aliados ao PSDB e vai deixar esse legado importante de não ser nem de um lado nem de outro”, diz o parlamentar mineiro.

Segundo ele, o compromisso de Marina respeitar as alianças feitas por Campos, inclusive em São Paulo, está mantido. A ex-senadora se recusa, porém, a subir no palanque em alguns estados, caso da chapa entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Márcio França (PSB). “A Marina não precisa ficar no palanque do Alckmin para poder fazer campanha em São Paulo. Nem o Alckmin quer, ele tem o candidato dele. Isso não vai alterar nada nossas alianças. Ela tem uma pauta ecoambiental que o Eduardo aceitou. Tem pautas do Eduardo que ela aceitou. O PSB cresceu nas divergências.”

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