Propaganda eleitoral

Lula exalta obras do governo Dilma que ‘certa imprensa’ esconde

No segundo dia de campanha na TV, Aécio ataca a petista, preservando imagem de Lula, e Marina lembra Campos

Reprodução/YouTube

Lula: “Quando falam que o Brasil está parado até dou risada”

São Paulo – O segundo dia de campanha eleitoral presidencial, nesta quinta-feira (21), manteve o tom adotado na estreia na TV. No programa da presidenta Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu papel de enfrentamento com o que chamou de “certa imprensa”, que “esconde as realizações do governo Dilma”. Depois das imagens que mostraram a presidenta nas obras realizadas, Lula disse: “Tenho certeza de que você está surpreso com tanta coisa que a Dilma fez e você não sabia”.

Dilma mostrou as realizações de seu governo e prometeu continuidade, com foco em questões de infraestrutura. Ela manteve as críticas às gestões anteriores a Lula, afirmando que o Brasil perdeu oportunidade de crescer durante anos, mas que as coisas mudaram. E buscou dividir a história do Brasil em dois momentos: antes e depois do governo do PT.

“O Brasil de antes não conseguia levar água ao Nordeste”, disse, ao mostrar obras de irrigação e fornecimento de água em estados da região, além das obras de transposição do Rio São Francisco, que ficaram estacionadas em alguns pontos por quase dois anos.

A presidenta foi apresentada em obras da usina hidrelétrica de Jirau. Nesta semana, em consonância com a campanha, a agenda de Dilma dedicou bom tempo a visitas às obras das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, feitas na terça-feira (19), e às obras de transposição do Rio São Francisco, em Pernambuco, na tarde de hoje.

Em uma maratona de obras de infraestrutura, o programa petista ainda apresentou campos de exploração de petróleo do pré-sal, linhas de transmissão de energia no Norte do país e obras de ampliação de ferrovias e rodovias federais.

A grande quantidade de obras expostas no programa foi justificada por Dilma, que disse ser vítima de uma campanha para esconder suas realizações. “Muita gente não sabe que estamos fazendo essas obras. Mas estamos. Quando falam que o Brasil está parado até dou risada”, ironizou. Lula relembrou frase de seu primeiro pronunciamento como presidente eleito, em 2002: “A esperança venceu o medo”, e concluiu confiante: “Nesta campanha, a verdade vai vencer a mentira.”

Aécio Neves (PSDB) repetiu o programa inicial, acrescentando uma entrevista em que apresenta sua visão de gestão pública. Marina Silva, ainda não registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como cabeça de chapa da coligação PSB-Rede, somou-se às homenagens que o partido faz a Eduardo Campos, morto há uma semana em acidente aéreo na cidade de Santos, no litoral paulista.

O tucano mineiro manteve a crítica à gestão Dilma, buscando distanciá-la de Lula. “O Brasil de hoje é pior que há quatro anos”, disse, evitando criticar o governo Lula. Para ele, o problema não é o Brasil, mas “a maneira como o Brasil vem sendo governado”.

Em simulação de entrevista, o tucano simplificou temas complexos da campanha, respondendo com poucas palavras aos temas apresentados. “Saúde?”, “prioriodade”, “corrupção?”, “inaceitável”. Concluiu resumindo um possível governo em “ética, eficiência e inabalável fé em Deus”.

O programa da chapa PSB-Rede ainda não presentou Marina Silva como candidata, e voltou a mostrar a despedida a Eduardo Campos. Mas o fez na voz de Marina, com cenas da ex-ministra em seu discurso oficial sobre a morte do candidato e dos dois em campanha.