mistério

Em nota, PSB diz que prestação de contas do avião de Campos será feita ao final da eleição

Pressionada por não apresentar informações sobre a contratação e o custo do uso do jato Cessna, partido diz que foi autorizado por empresários pernambucanos

São Paulo – O Partido Socialista Brasileiro (PSB) emitiu nota assinada pelo presidente da sigla, Roberto Amaral, em que informa que ao final da campanha eleitoral serão divulgadas todas as informações sobre a contratação e custos do uso da aeronave Cessna que caiu em Santos, no litoral paulista, em acidente que matou o então candidato à presidência, Eduardo Campos, e outras seis pessoas. Segundo a nota, o falecimento de dois assessores no acidente provocou mudanças no comando de campanha, o que dificulta o levantamento de informações.

“Nos termos facultados pela legislação eleitoral, e considerando o pressuposto óbvio de que seu uso teria continuidade até o final da campanha, pretendia-se proceder à contabilização ao término da campanha eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria emitido o recibo eleitoral, total e final”, diz um trecho da nota.

Segundo o texto assinado por Amaral, a aeronave de prefixo PR-AFA teve o uso autorizado pelos empresários pernambucanos João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira. O que esclarece, em parte, a propriedade da aeronave, que, até agora, era quase um fantasma na campanha socialista.

Saiba mais:

A definição sobre a propriedade da aeronave é fundamental para as pessoas que sofreram danos no acidente, materiais ou físicos, possam ingressar com pedidos de indenização.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o registro do avião está em nome da Cessna Finance Export Corporation, mas era operado pelo grupo Andrade, uma empresa falida do setor sucroalcooleiro, em Ribeirão Preto (SP). Os ex-donos já disseram ter repassado o aparelho para os empresários de Pernambuco. A Polícia Federal apura se houve fraude no processo de compra e venda da aeronave, pois ela só podia ser negociada com autorização judicial.

Há indícios de prática de caixa dois na campanha de Campos e Marina, decorrente da ausência de notas fiscais pelos serviços aéreos ou doação de campanha no valor equivalente. Questionada, Marina evitou o tema. O candidato a vice na chapa, deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), disse apenas que “isso não é problema nosso.”

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