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Professores vão às ruas por valorização e pela revogação do Novo Ensino Médio

Professores cobram que governadores garantam o reajuste de 14,95% no piso salarial da categoria, anunciado pelo ministro da Educação

@sintepiaui
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Registraram atos cidades como Maceió, Salvador, Fortaleza, Vitória, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Aracaju, Teresina, entre outras

São Paulo – Professores de todo o país realizaram atos hoje (22), no Dia Nacional em Defesa da Aplicação do Piso nas Carreiras dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em Educação. Além da valorização dos profissionais, também esteve em pauta a revogação do Novo Ensino Médio. Os profissionais querem o pagamento imediato do Piso do Magistério 2023. No dia 16 de janeiro, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou reajuste de 14,95%. Contudo, grande parte dos profissionais ainda não percebeu o aumento, nem sequer o respeito ao piso integral.

Com o reajuste, o piso passou de R$ 3.845,63 para R$ 4.420,55. Ainda sobre a valorização da categoria, os manifestantes cobram que o governo federal encaminhe a Lei de Diretrizes com propostas de crescimento profissional. Em São Paulo, os professores ocuparam o vão livre do Masp a partir das 17h. Já às 18h, os manifestantes ocuparam totalmente a via da avenida Paulista no sentido Consolação. No Rio de Janeiro, o ato foi mais cedo. Por volta das 14h, eles marcharam do Largo do Machado até o Palácio Guanabara, no Centro. Ainda registraram atos cidades como Maceió, Salvador, Fortaleza, Vitória, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Aracaju, Teresina, entre outras.

“Nossa luta está por todos estados, incluindo São Paulo, porque, ao invés de pagar o reajuste sobre o salário que o professor recebe, passou a dar um complemento. Para quem ganhar acima de certo valor não há complemento. Então, não tem impacto”, explica a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), deputada estadual Maria Izabel Noronha (PT), a professora Bebel, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Professores e estudantes

Bebel reforça que a pauta dos professores “não é descolada da dos estudantes“. “Quando nós pensamos em qualidade da educação, pensamos no salário dos professores, condições de trabalho e condições de ensino e aprendizagem. É um tripé. A outra pauta, esta sim diretamente ligada a professores e alunos, é a Medida Provisória (do Novo Ensino Médio). Aqui, todos perdem”, completou.

A MP, editada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), e colocada em prática por Jair Bolsonaro (PL), aumenta a desigualdade nas escolas. Entre outras medidas, impõe o aumento do horário das aulas, o que impede estudantes que trabalham de frequentar a escola. Em alguns casos, por falta de estrutura das escolas, os alunos teriam de frequentar mais de um colégio. Além disso, a medida retira a relevância de matérias que ampliam o pensamento crítico, como filosofia e sociologia.

Ato de professores e estudantes na avenida Paulista, em São Paulo. Foto: @professorabebel

“Mais de 12 milhões de pessoas, a comunidade escolar, professores e estudantes, fizeram propostas para uma Base Nacional Comum Curricular na época dos governos Lula e Dilma”, lembra Bebel. “Isso tudo foi desconsiderado no golpe do Temer. Então veio essa MP. Nós e o estudantes fomos contra. Fizemos passeatas, lutamos contra isso, porque ele é desfavorável aos filhos e filhas da classe trabalhadora. Veja bem, quando o pai matricula seu filho na escola, ele tem direito ao conhecimento. Um conhecimento que permita ao filho enfrentar os desafios da vida. Então, tem uma base comum, uma parte que não pode faltar para ninguém. Ela assegura o acesso ao conhecimento. Com a MP, essa parte fica dividida. Então, vamos ter mil currículos. Inventaram uns tais de itinerários formativos, que estudantes vão escolher o tempo todo. Ofereceram sem ter como oferecer. A juventude não vai ter acesso ao conhecimento acumulado”, conclui.

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Os atos pelo país


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