Estudantes aderem aos atos em defesa da democracia neste 11 de agosto
No Dia dos Estudantes, celebrado também nesta quinta, movimentos vão ocupar as ruas de ao menos 23 capitais, ao lado dos trabalhadores, contra as ameaças de Bolsonaro ao processo eleitoral
Publicado 10/08/2022 - 14h27
São Paulo – A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) estão entre os diversos segmentos sociais que vão ocupar as ruas, nesta quinta-feira (11), contra as ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL) à institucionalidade e ao processo eleitoral, e em defesa da democracia brasileira. Até o momento, ao menos 23 capitais já têm atos confirmados. Cidades do interior do Brasil também estão se organizando em resposta à escalada golpista do mandatário.
As manifestações de rua começam ainda pela manhã e seguem até o final do desta quinta. Também estão previstas a leitura do manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, de iniciativa da Fiesp e subscrito pelas centrais sindicais e diversas entidades da sociedade civil. E da Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito que será lida, na sequência, por ex-alunos do Largo do São Francisco. O documento já conta com mais de 845 mil assinaturas.
Esta quinta, 11 de agosto, também marca do Dia Nacional dos Estudantes. De acordo com os movimentos estudantis, além de catalisar o desejo da maioria pela garantia de lisura nas eleições e desarmar as pretensões do atual presidente de não reconhecer eventual derrota nas eleições de outubro, os estudantes também vão bradar em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, como todos os anos.
Corte de verba
Os movimentos estudantis também vão denunciar “a crueldade do boicote de verbas às universidades e institutos federais”. Assim como o que classificam em manifesto, publicado nesta terça (9), da “vergonhosa destruição do Ministério da Educação (MEC) – com seus putrefatos esquemas de corrupção e deploráveis barras de ouro”. Entre as reivindicações, eles também protestam contra a aniquilação das bolsas de pesquisa científica e o desmantelamento dos fundos de desenvolvimento tecnológico.
“Sabemos que não haverá como superar a quadra de retrocessos que hoje cinge nosso país sem a prioridade absoluta das políticas de educação e da recuperação de uma agenda voltada à juventude e ao desenvolvimento humano. Essa é a grande contribuição que o movimento estudantil, a partir de suas três máximas entidades, oferece à ampla frente democrática que se congrega”, destacam a Ubes, UNE e ANPG no documento ratificado pelos seus respectivos presidentes, Jade Beatriz, Brunna Brelaz e Vinícius Soares.
Descaso de Bolsonaro com a juventude
Nesta quarta (10), a secretaria nacional da Juventude do PT, Nádia Garcia, reforçou as manifestações neste dia dos Estudantes, destacando que o governo Bolsonaro deixará como único legado para as juventudes brasileiras “o total descaso. Ele vai ser reconhecido como inimigo das juventudes, dos estudantes e da educação”. No mais recente ataque, o Ministério da Economia anunciou, no último dia 25 de julho, o bloqueio de mais R$ 6,73 bilhões nos orçamentos da Saúde e da Educação.
Um contingenciamento que deve piorar a situação dos estudantes mais pobres que já perderam o ano letivo por conta da pandemia de covid-19 sem nenhuma política pública voltada a sanar esses prejuízos. “São muitos os estudantes que tiveram que abandonar as escolas e as universidades porque ou não tinham acesso a internet, celulares e computadores e, com isso, não conseguiram acompanhar as aulas desde a pandemia. Ou (deixaram) porque, com o desemprego em alta, esse estudante teve que abandonar a escola e a universidade para começar a trabalhar e ajudar nas contas de casa para não se somar ao imenso número de famílias que passam fome no Brasil”, descreve.
“Então o legado que Bolsonaro deixa é de total desprezo pela juventude, de uma juventude sem perspectiva de futuro, em que mais de 60% dos jovens brasileiros pensam em sair do país porque não conseguem enxergar um futuro no Brasil caso Bolsonaro continue na presidência”, lamenta Nádia.
Confira os locais dos atos
Alagoas
Maceió – Praça do Centenário, 8h
Amazonas
Manaus – Praça da Saudade, às 15h
Bahia
Salvador – Praça do Campo Grande, às 9h
Ceará
Fortaleza – Praça da Bandeira, às 9h; Gentilândia, às 16h; e Casa do Estudante, às 19h
Distrito Federal
Brasília – às 15h, ato no Congresso Nacional.
Espírito Santo
Vitória – Praça Costa Pereira, 10h
Goiás
Goiânia – Praça Universitária, às 17h
Maranhão
São Luiz – Praça Deodoro, às 16h
Minas Gerais
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos, às 17h
Mato Grosso
Cuiabá – Liceu Cuiabano, às 19h
Mato Grosso do Sul
Campo Grande – Câmara Municipal, às 10h
Pará
Belém – Mercado São Braz, às 17h
Paraíba
João Pessoa – Lyceu Paraibano, às 14h
Paraná
Curitiba – Praça Santos Andrade, às 15h30
Pernambuco
Recife – Rua da Aurora, às 15h
Piauí
Teresina – Praça Rio Branco, às 8h30
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – Candelária, às 16h
Rio Grande do Norte
Natal – Midway Mall, às 14h30
Rio Grande do Sul
Porto Alegre – Colégio Júlio de Castilhos, às 8h; Faculdade de Direito da UFRGS, às 10h; e Palácio Piratini, às 12h
Rondônia
Porto Velho – Unir Centro, às 17h (concentração às 16h30)
Santa Catarina
Florianópolis – Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), às 10h
Chapecó – saguão da Reotira da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), às 10h
São Paulo
São Paulo – Às 11h, será lida a Carta às brasileiras e brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, na Faculdade de Direito da USP
Às 9h e às 17h, atos no vão livre do Masp
Campinas – Largo do Rosário, às 10h
Ribeirão Preto – Faculdade de Direito, às 10h; e Esplanada do Teatro Pedro II, às 17h
Santos – Praça dos Andradas, às 10h
Sergipe
Aracaju – Praça Getúlio Vargas, Bairro São José, às 15h