Lição de hoje

‘Bolsonaro sai, democracia fica’. Cidades e estudantes vão às ruas do país contra o golpismo e pela educação

Dia nacional de mobilização unificou atos por democracia, por “Fora Bolsonaro” e pela educação em várias cidades

Movimento Brasil Popular
Movimento Brasil Popular
Para o presidente da confederação, Heleno Araújo, o momento é de celebrar a esperança

São Paulo – Estudantes de todo o país foram às ruas hoje (11) neste dia nacional de mobilização, marcado pela leitura da Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito na Faculdade de Direito da USP, pela manhã. Marcharam em defesa da democracia, mas também em defesa da educação, igualmente ameaçada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Também hoje, ao menos 49 cidades de 26 estados, mais o Distrito Federal, registraram manifestações, completando a grande mobilização nacional contra o golpismo insinuado pelo presidente Jair Bolsonaro.

“Ser estudante no Brasil de Bolsonaro é assistir seus sonhos e planos de vida serem destruídos por uma política econômica e social sem perspectiva. Nosso futuro merece mais! Mais investimento em educação, mais políticas públicas, mais juventude!”, publicou a União Nacional dos Estudantes (UNE) em seu perfil no Twitter.

Também pela rede social, o presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), o biológo Vinicius Soares, destacou a importância histórica do momento em que mais de 997 mil pessoas assinam uma Carta pedindo respeito à Constituição brasileira e ao seu povo. “Estamos atendendo ao chamado histórico. São milhares de estudantes brasileiros hoje em defesa da democracia. Não há outro caminho senão de um Brasil democrático e que resgate os milhões de brasileiros que estão na fome, miséria e no desemprego”, disse.

Ao longo do dia, estudantes secundaristas, universitários e pós-graduandos participaram de atos nas universidades, onde reitores e professores fizeram a leitura simbólica da mesma Carta lida na USP. E caminharam em ruas e avenidas de diversas carregando cartazes pedindo o fim dos cortes orçamentários em educação e ciência como nunca vistos antes no país.

Pelas cidades

Já à noite, muitos ainda marcaram presença em grandes atos, como em São Paulo, no Rio de Janeiro, Recife e tantas outras cidades. Em São Paulo, a manifestação na Avenida Paulista começou no fim da tarde e reuniu movimentos sociais e sindicatos ao movimento estudantil. O ato foi chamado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem medo, e unificou o 11 de Agosto à campanha “Fora, Bolsonaro“.

Já em Porto Alegre, ainda pela manhã, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) contou com a leitura da Carta aos Brasileiros no campus lotado. Estudantes secundaristas também realizaram uma passeata na capital dos gaúchos.

Também cedo, Fortaleza teve grande mobilização. “Mais que recuperar a nossa democracia, queremos melhorar a nossa democracia” disse Mariana Lacerda, da Marcha das Mulheres. A leitura do documento na capital cearense foi realizada pelo juiz Inocêncio Uchoa, que foi presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará em 1968. Naquele ano, a ditadura civil-militar reprimiu a organização estudantil da faculdade e fechou o Centro Acadêmico.

Na capital federal, a Carta foi lida durante um ato em defesa da democracia na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). Outras universidades também foram palco da leitura da carta e epicentro para manifestações em todo o país. Entre elas, a Unicamp, em Campinas (SP) e a Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. Já na parte da tarde, manifestantes tomaram o Largo da Alfândega, no centro da cidade.

Por sua vez, no Rio de Janeiro o ato na Cinelândia também uniu-se ao “Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro”. Antes dele, juristas leram a Carta aos Brasileiros em auditório da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Após a leitura, também lá a sessão foi tomada de gritos de “Bolsonaro sai, democracia fica”.

Confira imagens da cobertura colaborativa do 11 de agosto pelo Brasil

(*) Cobertura colaborativa