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Conselho Nacional de Educação aprova ensino remoto até o fim de 2021

Apesar das restrições impostas pela pandemia e dos esforços dos educadores, modalidade não substitui o ensino presencial, além de agravar as desigualdade, alertam especialistas

Agência Brasil
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São Paulo – O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta terça-feira (6) a validade do ensino remoto até dezembro de 2021. A resolução vale para todos os níveis de ensino: do básico ao superior, público e privado. As instituições de ensino que optarem pela permanência do ensino à distância ficarão responsáveis também por estipular a carga horária das atividades.

Para entidades ligadas à educação, sem planejamento, a lacuna entre os estudantes com maior e menor condições sociais deve aumentar. Já que a maioria dos alunos de baixa renda não tem acesso a computadores e conexão com a internet.

Além disso, os métodos de avaliação nessa modalidade são imprecisos. Outro fator é que o convívio no ambiente escolar é fundamental para o desenvolvimento na formação dos estudantes como cidadãos.

Para o presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), Claudio Fonseca, não é possível colocar em risco a vida dos estudantes, professores, funcionários e familiares. Mas as ferramentas virtuais não substituem as aulas presenciais.

“No caso da cidade de São Paulo, por exemplo, se colocar 3,5 milhões de estudantes se deslocando, poderíamos ter uma nova onda (de contaminação)”, afirmou Fonseca em entrevista à repórter Larissa Bohrer, para o Jornal Brasil Atual nesta quinta-feira (8).

Acesso desigual

Segundo o secretário geral do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Leandro Alves Oliveira, a pandemia escancarou as desigualdades sociais e educacionais no país. “Sabemos que menos de 30% dos estudantes conseguiram participar das aulas remotas. Muitas vezes a famílias têm um celular, que todos os membros utilizam”.

Por outra lado, esse período também destacou a importância do ambiente escolar e dos profissionais da educação. “A formação do cidadão se dá com a interação dos próprios estudantes com os professores e funcionários, com as merendeiras. Todo aquele universo que só existe na escola.”

Avaliação

De acordo com a professora da Universidade de Brasília (UnB), Catarina de Almeida Santos, integrante da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, apesar dos esforços dos professores, o ensino remoto não mantém a mesma qualidade. Além disso, não há conformidade para avaliar o aprendizado.

“As redes vão fazendo processos avaliativos das formas mais diversas possíveis. Tem sistema de ensino que considera a frequência do aluno na plataforma ou a quantidade de tarefas respondidas. Nada disso define que houve qualidade na educação”, destacou.

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Redação: Tiago Pereira – Edição: Helder Lima


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