RETROCESSO

‘Novo ministro da Educação tem visão ultrapassada’, afirma Professora Bebel

“As pautas como Escola Sem Partido devem voltar ao MEC. Ele tem uma visão de educação que passa pela punição”, critica a deputada

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Em culto de 2016, o pastor Milton Ribeiro defende que a dor deve ser usada para educar crianças, com o título 'A Vara da Disciplina'

São Paulo – O pastor presbiteriano e novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, possui uma visão ultrapassada do processo educacional. Na avaliação da deputada estadual e presidente da Apeoesp (o sindicato dos professores da rede pública paulista), Maria Izabel Noronha, a Bebel (PT-SP), a educação volta a correr novos riscos.

“É um ultraconservador. As pautas como Escola Sem Partido devem voltar ao MEC. Ele tem uma visão de educação que passa pela punição, o que é ultrapassado. Em breve, haverá a votação do Fundeb permanente, e esse ministro tem resistência sobre essa questão”, criticou a deputada à Rádio Brasil Atual.

Videos publicados nas redes sociais mostram Milton Ribeiro com discursos retrógrados sobre a educação. Durante um culto, em 2018, ele defende que “as universidades” ensinam “prática totalmente sem limites do sexo”. Em outra gravação, em 2016, o pastor defende que a dor deve ser usada para educar crianças, com o título “A Vara da Disciplina”.

No culto, o novo ministro da educação explica que “um tapa de um homem ou uma cintada de uma mulher podem ser muito mais fortes que uma criança pode suportar”. Em seguida, acrescenta: “Não estou aqui dando uma aula de espancamento infantil, mas a vara da disciplina não pode ser afastada da nossa casa”.

Fundeb

A proposta de emenda à Constituição (PEC) do novo Fundo de Financiamento da Educação Básica (Fundeb) deve ser votada ainda nesta semana. Com relatoria da deputada Dorinha Seabra (DEM-TO), o projeto é defendido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

De acordo com Bebel, o projeto precisa ser aprovado neste ano para que as novas gerações não sejam afetadas pelo sucateamento promovido pelo governo de Jair Bolsonaro. Entre as principais medidas, a PEC tornará o fundo permanente.

“A permanência do fundo tem muitos pontos importantes, o aumento do repasse da União que vai de 10% para 20%, em seis anos. Ele também implanta o custo aluno-qualidade, que começou a ser debatido no governo Lula ainda”, acrescenta Bebel.