Escola na pandemia

Alunos e professores da rede pública: dificuldades para manter estudos

Sem diretriz do MEC, escolas relatam ações desencontradas, problemas com internet e prejuízos na aprendizagem

Marcelo Camargo/EBC
Marcelo Camargo/EBC
Portaria do MEC determina retorno em pleno aumento no número de casos de covid-19

São Paulo – Escolas de todo o país estão com aulas presenciais suspensas em função da pandemia do coronavírus e a necessidade de cumprir quarentena. Com isso, toda a programação pedagógica do primeiro semestre do ano letivo foi afetada. Aos mesmo tempo, professores e alunos em todo o país deparam com falta de orientação do Ministério da Educação. É o que informa reportagem de Larissa Bohrer para a Rádio Brasil Atual

Para reduzir os prejuízos com a falta de aulas presenciais em tempos de quarentena e isolamento social, com atraso no conteúdo obrigatório dos dois primeiros trimestres, instituições de ensino municipais e estaduais têm adotado medidas próprias.

No entanto, as ações acabam sendo divergentes por conta da falta de uma diretriz unificadora. Até o momento para as escolas públicas, o MEC anunciou apenas que a carga horária poderá ser distribuída em período diferente dos 200 dias letivos previstos em lei. 

Sem mais orientações da pasta, alunos e professores se adaptam à nova rotina utilizando plataformas como WhatsApp e Google Class Room. Mas as alternativas ainda esbarram em problemas como a falta de acesso à internet para uma parcela dos alunos e más condições de trabalhos dos educadores.

A professora de Filosofia Sandra Braga Freire, que leciona na Escola Estadual Diva da Cunha Barra, em Carapicuíba, na Grande São Paulo, e está trabalhando nestes 15 dias de quarentena por conta própria, já que a instituição deu recesso para os professores. 

“Estamos trabalhando em recesso sem convocação, sem formação e orientação oficial para essa quarentena. É muito triste que não tenham tido cuidado com uma área tão importante que é educação”, lamenta Sandra. 

Impacto sobre os alunos

Alunos e professores da rede pública também apontam que o impacto negativo é ainda maior sobre as turmas que se preparam para prestar vestibular no final do ano. De acordo com estudantes consultados pela reportagem, um dos aspectos mais difíceis é a falta de convívio com os professores para sanar dúvidas.

E a situação é ainda mais grave em outras regiões do país além do Sudeste, como conta a aluna do terceiro ano na Escola Estadual Dom Pedro II, em Foz do Iguaçu, no Paraná, Júlia Pontes Dias, que só soube do fechamento da instituição por um aviso no Facebook. 

“É desesperador para mim. Entrei em vários grupos para estudar, com outros professores, estudar redação, por exemplo, para aprender e não deixar parado, porém é um pouco mais complicado”, afirma a jovem. Com o trabalho sem orientações dos órgãos competentes, há escolas públicas que estão inclusive antecipando as férias dos alunos.



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