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Gestão Covas muda administradora de creche após início das aulas e pais se revoltam

Um mês após o início das aulas, todos os funcionários da creche foram demitidos sem justificativa e pais temem que isso afete a adaptação das crianças

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A gestão do CEI Antônio Correia foi trocada sem justificativa da prefeitura, um mês de pois da adaptação das crianças, indignando os pais

São Paulo – Familiares das crianças atendidas pelo Centro Educacional Infantil (CEI) Antônio Correia, na Vila Dionísia, zona norte da capital paulista, estão revoltados com a decisão da gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) de trocar a organização gestora da creche, um mês depois do início das aulas e do processo de adaptação das crianças. “Nós estamos revoltadas com isso. A equipe pedagógica é excelente, o CEI é maravilhoso e tem uma ótima reputação. Nossos filhos têm muito carinho pelas funcionárias e professores. Não há motivo sólido para essa mudança abrupta e desumana com as crianças e com as profissionais”, afirmou a doceira Camila Alves, mãe de um menino de 2 anos que está em seu segundo no CEI.

Segundo ela, durante todo o ano de 2019 não houve qualquer problema na gestão da unidade. Nenhuma reclamação de cunho pedagógico, alimentar ou do cuidado com as crianças. O local é administrado pela Obra Assistencial Nossa Senhora do Ó há 22 anos e atende 152 crianças. A organização não consta da lista de unidades descredenciadas pela prefeitura de São Paulo. A gestão vai passar para a Sociedade Beneficente São Camilo.  “Estamos desesperados com essa situação. As crianças já estão adaptadas, muitos funcionários estão aqui há mais de dez anos”, disse Camila.

A mãe Daniela Rocha também se revoltou com a mudança na gestão. A filha dela está na unidade desde o ano passado e também não tem nenhuma queixa da gestão da unidade. “Ela já tinha passado por adaptação, mas foi um processo tranquilo, ela já conhece as professoras, as cozinheiras. Não explicaram nada para nós, só disseram que o convênio foi cancelado e a São Camilo não podia admitir as professoras”, explicou.

Para Daniela, a demissão das professoras foi muito desrespeitosa. “É um absurdo demitir, da noite para o dia, 27 profissionais. Uma equipe maravilhosa que está lá há anos. Minha filha sempre foi muito bem cuidada. Se tivesse muita reclamação, muito problema, a gente entenderia. Mas essa creche é uma referência na comunidade. Isso sem contar a cabeça das crianças, que vão chegar lá e não vai ter nenhuma professora que eles conheçam. Como eles vão ficar?”, questionou.

Outra mãe, Brunna de Oliveira, teme que a filha tenha dificuldade com um novo processo de adaptação. “O que me preocupa é saber que nossos filhos vão entrar na escola e não vai ter mais aquelas pessoas que eles já desenvolveram um vínculo, um afeto. Minha filha entrou na creche esse ano, tem só dois anos e está se desvinculando de mim agora. Ela está passando por um período difícil de adaptação. Todos conhecemos essa equipe há muitos anos. Tenho um filho de 15 anos que estudou lá”, relatou.

“Por que não fizeram isso antes do início das aulas? Como que, de repente, decidiu fazer uma mudança tão grave? Não tiveram consideração nem respeito pelas crianças, pelas mães, nem pelos funcionários”, completou Brunna.

Em nota, a Secretaria Municipal da Educação do governo Covas diz que a gestão da unidade não vai mudar, serão realizadas apenas mudanças administrativas e o quadro de funcionários será mantido.


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