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Abraham Weintraub é notificado pelo STF após ofender a UNE

Ministro da Educação chamou a entidade rde "máfia", além de apelar para chavões bolsonaristas como "a mamata acabou"

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"Fim da mamata (...) a gente vai quebrar mais uma das máfias do Brasil", disse o ministro

São Paulo – O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi notificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após proferir ofensas contra a União Nacional dos Estudantes (UNE). Weintraub apelou a bordões do bolsonarismo para atacar a entidade. “Fim da mamata (…) a gente vai quebrar mais uma das máfias do Brasil”, disse o ministro em suas redes sociais.

Os ataques surgiram após a UNE reprovar a criação de carteirinhas estudantis digitais. Para a entidade, o objetivo do governo é sufocar uma das principais formas de financiamento da entidade. “A receita proveniente da emissão de carteiras é fonte de aporte de toda esta rede de entidades estudantis brasileiras, o que reforça a capacidade de independência e organização da rede do movimento estudantil, e são estas milhares de entidades estudantis organizadas que o Governo Federal pretende prejudicar com a medida proposta”, argumenta a UNE.

Como resposta, Weintraub partiu para a ofensa. “Por que algumas pessoas são contra a carteirinha digital? Porque a UNE ganha R$ 500 milhões por ano fazendo isso”, disse. A UNE diz que trate se de uma mentira (mais uma) do ministro. “É falsa a informação sobre uma suposta arrecadação de R$ 500 milhões pela UNE com emissão de carteiras de estudante. Essa superestimação de valores, sem provas, é mais uma das declarações mentirosas de Weintraub e tem objetivo de perseguir, ameaçar e retaliar o movimento estudantil que tem sido peça fundamental para resistir ao projeto de desmonte da educação”, afirma a UNE.

A determinação do Supremo partiu do ministro Dias Toffoli, que pediu explicações sobre a fala de Weintraub, especialmente por chamar a UNE de “máfia”. A determinação do ministro aconteceu após o STF ter sido acionado pela própria entidade. Quem recebeu inicialmente a petição da UNE foi a ministra Cármen Lúcia, que atendeu ao pedido ao redirecionar a pauta para Toffoli. Não existe uma obrigatoriedade legal de Weintraub responder à notificação neste tipo de ação.