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Educação em Direitos Humanos é tema de debate na rede municipal de ensino em São Paulo

Seminário integra o projeto Respeitar é Preciso e acontece num momento de ataques à temática no país

Reprodução/TVT
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Projeto Respeitar é Preciso foi criado em 2014, na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad, e tem continuação na atual gestão municipal

São Paulo —Professores e gestores da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo se reúnem, a partir da próxima semana, nos seminários regionais do projeto Respeitar é Preciso, realizado pelo Instituto Vladimir Herzog, em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo. Com duração de cinco dias, o evento acontece em cinco polos do município, com as 13 coordenadorias regionais de ensino, para debater práticas na área da educação em direitos humanos nas escolas da rede municipal. A ideia é que o debate contribua para que gestores e docentes aprimorem as relações no ambiente escolar.

“São cinco dias em que as escolas ‘falarão’ com elas mesmas, com os colegas. Falarão das suas experiências, avanços, retrocessos, dúvidas. É um momento, pra gente, muito esperado”, explica Celinha Nascimento, formadora do projeto Respeitar é Preciso, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual. A abertura do seminário contará com a palestra do professor Mário Sergio Cortella.

Celinha pondera que o seminário será realizado num contexto diferente esse ano, considerando o governo de Jair Bolsonaro (PSL) e os ataques constantes contra a temática dos direitos humanos. “Se antes a educação em direitos humanos era importante, hoje é urgente. Temos uma mudança de cenário”, afirma, e cita como exemplos os ataques à cultura, às artes e a retirada de livros. “Hoje temos um cenário externo que mudou. Ano passado falávamos disso num contexto de muita esperança, hoje, temos um cenário de contraposição.”

O seminário contará com a participação do grupo de Slam composto por alunos da EMEF Escola Professor Rivadavia Marques Junior, em São Mateus, zona lesta de São Paulo. Segundo Dhiancarlo Miranda, professor responsável pelo grupo e especializado em mediação de conflitos, o seminário mostrará aos alunos que eles estão sendo ouvidos dentro da escola. “Eles precisam entender que ‘ser ouvido’ significa mostrar que sua luta tem real valor”, explica. “Por causa da necessidade de falarmos sobre direitos humanos e colocar isso em prática, que a gente tenta criar um espaço para trabalhar essas questões”, diz Miranda, enfatizando que a poética do Slam faz com que os jovens coloquem “pra fora” seus sentimentos e sensações.

Confira a entrevista completa

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