Nas ruas

Estudante de Economia da USP é o novo presidente da UNE

Iago Montalvão foi eleito com quase 71% dos votos no congresso encerrado do domingo. E prega unidade para enfrentar gestão Bolsonaro

Karla Boughoff/Cuca da UNE
Karla Boughoff/Cuca da UNE
"Precisamos estar unificados nas ruas para derrotar Bolsonaro", afirma o novo presidente da UNE

São Paulo – O goiano Iago Montalvão, de 26 anos, é o novo presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Ele foi eleito neste domingo (14), recebendo 70,92% dos votos válidos – 4.053 de um total de 5.715 –, em disputa com seis chapas inscritas. “Apesar das nossas diferenças é essa pluralidade que faz a UNE estar gigante. Saindo desse ginásio precisamos estar unificados nas ruas para derrotar Bolsonaro. Só a luta e os estudantes mobilizados conseguirão derrotar este governo”, afirmou Iago ao final do 57º Congresso da UNE, no ginásio Nilson Nelson, em Brasília. A chapa que ele liderava, ligada ao PCdoB, se chamava Tsunami da Educação, referência a recentes movimentos de protesto contra a política do governo para o setor.

Natural de Goiânia, Iago é estudante de Economia na Universidade de São Paulo (USP). Era do time de basquete como secundarista e foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Segundo a UNE, lê “de quadrinhos a Darcy Ribeiro”, acompanha partidas do Vasco da Gama, gosta de jogar videogame e é fã de Emicida e de música sertaneja, característica de sua região.

Ele também foi cotista de escola pública na Federal de Goiás, onde cursou História durante três anos. “Eu sei que sou um privilegiado, para quem é de Goiás nunca foi um horizonte estudar na USP. A minha luta é para que todo estudante possa ter acesso a um ensino de qualidade assim como eu tive”, afirma, Iago, que chega à direção da entidade depois de três mulheres na presidência (Vic Barros, Carina Vitral e Marianna Dias). “Só aumenta a minha responsabilidade que é de não só fazer a luta cotidiana, mas também entender qual é a importância dessa representatividade, reconhecer esse processo e ser um soldado nessa luta, ouvindo as pessoas excluídas historicamente dos espaços de poder.”

O congresso registrou número recorde de delegados inscritos: 8.013. Eles aprovaram a Carta de Brasília, documento com as reivindicações dos estudantes,  em que tratam a educação como “setor essencial para a formação do nosso povo e a superação das desigualdades”, e principal ferramenta para tirar o país da crise. “Por isso seguiremos nas ruas, no terceiro dia nacional em defesa da educação em 13 de agosto, contra o governo Bolsonaro e seus ataques, lutando por mais investimentos e pela valorização das nossas universidades, escolas, da ciência e tecnologia, por mais emprego e aposentadoria digna”, afirmam.

Com informações da UNE