Reconhecimento

Unicamp nomeia prédio da Faculdade de Educação como Professor Paulo Freire

Em meio aos ataques sofridos pelo patrono da educação brasileira, uma das principais instituições de ensino do país presta homenagem a ele e lembram sua contribuição para a sociedade

Unicamp/divulgação
Unicamp/divulgação
Batismo do prédio principal da Faculdade de Educação foi realizado em cerimônia nesta quarta-feira (29)

São Paulo – O patrono da educação brasileira, Paulo Freire, agora dá nome ao prédio principal da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Oficializada na quarta-feira (29), a nomeação presta homenagem e reconhecimento a seu trabalho e contribuição não só para a instituição como para a educação, cultura e política no Brasil e no mundo, a despeitos dos ataques que vem sofrendo no governo de Jair Bolsonaro.

Paulo Freire lecionou na Unicamp entre 1980 e 1991 e desde seu falecimento, em 1997, a universidade buscava uma forma de celebrar sua passagem pela instituição. Até que por iniciativa dos alunos do mestrado profissional, apoiada por docentes e funcionários da Unicamp, e professores das redes municipais e estaduais da região metropolitana de São Paulo foi feito um abaixo-assinado com a proposta de nomeação do prédio, como explica a ex-aluna de Paulo Freire e diretora associada da Faculdade de Educação, Débora Mazza em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

Foram mais de 650 assinaturas, reconhecidas por unanimidade pela Congregação da Faculdade de Educação, para que o prédio fosse nomeado como Professor Paulo Freire. Considerado como uma das principais referências na área, ele é autor do livro Pedagogia do Oprimido, a terceira obra mais citada em toda literatura da área das Ciências Humanas.

“É um reconhecimento não só do trabalho, da vida e da obra, mas do percurso profissional do professor Paulo Freire no Brasil e no mundo, por uma educação para o povo, para todos, emancipada, livre dos processos de exploração e alienação, mas também um reconhecimento da importância social dessa profissão chamada professor e professora”, destaca Débora ressaltando a teoria do educador como fundamental para compreensão ao atual momento social e político do Brasil. “(A teoria freiriana) Dá condições para o desenvolvimento de uma consciência crítica que produz sujeitos emancipados e históricos, não imersos e alienados nas suas realidades, mas inseridos no processo de construção histórica.”

Ouça a entrevista na íntegra