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Professores do Rio Grande do Sul acampam contra demissões e salário parcelado

Governador Eduardo Leite (PSDB) desmarcou a rodada de negociação com o sindicato da categoria e confirmou o 42º mês de salários atrasados

CPERS
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Secretaria da Educação do governo Leite está dispensando os professores contratados que estejam em licença saúde, há mais de 15 dias

São Paulo – Professores e funcionários de escolas do Rio Grande do Sul estão acampados desde segunda-feira (3) na Praça da Matriz, centro de Porto Alegre, em protesto contra as demissões de docentes com licença médica, o atraso e o parcelamento de seus salários, que já duram 42 meses. Eles também pedem reposição da inflação desde 2014.

Na mesma semana em que o governador Eduardo Leite (PSDB) desmarcou a rodada de negociação com o sindicato dos professores e confirmou o 42º mês de salários atrasados, o governo aprovou, na Assembleia Legislativa, o aumento do salário do presidente do Banrisul de R$ 51 mil para R$ 89 mil, quantia suficiente para pagar o básico de 141 professores e atender a mais de 4 mil alunos em sala de aula.

Em diversas cidades do estado a categoria parou totalmente, enquanto em outras as escolas funcionaram em período reduzido. “A categoria está com depressão, porque nós pagamos juros todos os finais de mês ao Banrisul, para adiantar o nosso salário. Aliando esse problema financeiro com a condição desmoralizadora perante a sociedade, quem carrega a educação nos ombros? São os professores”, disse a professora Meriana Tavares.

A demissão de professores e funcionários contratados que estavam afastados por licença médica também foi um dos temas destacados no ato. “Governo Leite, não aceitamos demissão do educador que está doente”, gritavam os professores. A presidenta da Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), Helenir Schürer, lembra que o país passa por uma crise e as demissões só pioram o cenário. “No momento em que as pessoas estão mais fragilizadas, que estão doentes, não é possível receber esse empurrão a mais para o fundo do poço, ainda mais no momento de desemprego em que vive o Brasil”, criticou, em entrevista ao repórter Guilherme Oliveira, da TVT.

As demissões feitas pelo governo passam pelos cenários mais desumanos, como exemplifica o professor David Carnizella. “Nós tivemos um caso em Canoas, em que uma professora com câncer foi demitida após 10 anos de contrato. É desumano”, contou.

No último dia 27 deveria ter acontecido uma negociação entre o sindicato e o governo do estado, porém a reunião foi desmarcada pela gestão Leite. O governo ficou de retornar com a data da reunião até a próxima quarta-feira (5). No ‘acampamento da resistência e em defesa da educação pública’ estão programadas diversas atividades diariamente até a próxima sexta-feira (7), quando a categoria realizará um Conselho Geral e protocolará uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na Assembleia Legislativa, solicitando reajuste salarial.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT

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