União de alunos e profissionais

Paralisação na educação deve alcançar do ensino básico até a pós-graduação

Em todo o país estão programados atos para esta quarta-feira (15) contra os cortes na educação anunciados pelo governo de Bolsonaro

Paulo Pinto/Agência PT

Contra os cortes de Bolsonaro, mais de 40 atos estão planejados, nesta quarta-feira, em 25 estados do país

São Paulo – Os cortes na educação pública anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem tido como consequência uma reação que, talvez, o governo federal não esperasse: a união de alunos, professores, pesquisadores e profissionais que trabalham com o ensino desde a educação básica até a comunidade acadêmica da pós-graduação. Nesta quarta-feira (15), no Dia Nacional de Mobilização pela Educação Pública e de Qualidade, todos estarão unidos em atos nas mais diversas cidades do Brasil.

“Toda a categoria, desde a educação infantil até a pós-graduação, vai parar. Ela vai parar porque não aceita esse ataque contra a juventude brasileira, os professores, a educação, que é o sustentáculo de uma nação”, afirma a deputada estadual (PT) Maria Isabel Azevedo Noronha, a Bebel, em entrevista ao jornalista Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual.

A deputada sugere ainda que após o ato marcado para iniciar às 14h, em frente ao Masp, na Avenida Paulista, os manifestantes se dirijam à Assembleia Legislativa, pois o Parlamento recentemente abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar e “perseguir” as universidades estaduais.

Para Maria Carlotto, representante da Associação dos Docentes da Universidade Federal do ABC (UFABC), o apoio dado ao dia de paralisação pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo, dá a medida da importância do movimento. “Quando as reitorias passam a convidar para o dia de mobilização, então você vê a unanimidade como esse dia está sendo conduzido nas universidades, institutos federais e escolas do Brasil inteiro”, pondera.   

Ela acredita que as manifestações desta quarta-feira (15) serão uma resposta aos retrocessos que vem sendo impostos à educação em todo o Brasil. “Esse governo não prioriza a educação em nenhum âmbito. Embora ele tenha dito que iria cortar do ensino superior para priorizar a educação básica, na prática é mentira, porque os cortes da educação básica, do Fundeb, são até maiores do que os cortes no ensino superior. É um governo que não prioriza e ataca a educação pública. Vai ser um dia grande de luta, todas as universidades vão parar”, afirma Maria Carlotto.

Presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo, Celso Napolitano ressalta que o governo de Jair Bolsonaro elegeu a educação pública como inimiga da população. Segundo ele, as manifestações darão um basta aos ataques e retrocessos que a educação vem enfrentando.

“Esse novo ministro, além de não ter nada para falar sobre educação, porque ele não conhece absolutamente nada do assunto, ele se coloca numa cruzada contra a liberdade de ensino, contra o senso crítico e contra a criatividade. É uma pessoa travestida de lutador numa cruzada contra o pensamento. Então os professores e sindicatos estão se mobilizando para que seja o primeiro movimento efetivo contra o obscurantismo que está sendo propalado por esse governo”, diz Napolitano.

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