#30M

‘Vão ter que ouvir cada estudante gritando: Não vai ter corte na Educação’

Líder estudantil diz que governo Bolsonaro revela desespero ao tentar desqualificar mobilizações. "Reforma" da Previdência também deve ser alvo dos estudantes

Henrique Silveira/UNE
Henrique Silveira/UNE
AJD afirma que "direitos sociais são sistematicamente golpeados, como no caso da educação"

São Paulo – A presidenta da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo, Nayara Souza, diz que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) subestima a capacidade dos estudantes ao chamá-los de  “idiotas” e “inocentes úteis”. As reações às manifestações contra os cortes na Educação ocorridas no último dia 15,  que mobilizaram mais de um milhão de pessoas, e às convocações para novos protestos na próxima quinta-feira (30), contra os cortes na Educação, demonstram que o governo está “em completo desespero”.

Ela deixou um recado ao ministro Abraham Weintraub que, na semana passada, se recusou a dialogar com os presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), durante audiência na Câmara dos Deputados em Brasília. “Se não vai nos ouvir no Congresso Nacional, então, no dia 30, vai ter que ouvir a voz de cada estudante gritando nesse Brasil inteiro: Não vai ter corte na Educação.”

Em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, do Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira (28), a líder estudantil ressaltou que eles lutam por uma “pauta justíssima”, que conta com o apoio de pais, alunos e professores, além dos movimentos sociais, que devem engrossar as manifestações do #30M, contra o corte “indefensável” nas verbas do ensino básico e superior. Outro sinal de “desespero” do governo é a disseminação de “fake news” com fotos de supostos estudantes nus em universidades, como forma de desacreditar o movimento.

Previdência

Nayara diz que os estudantes também vão protestar contra a chamada “reforma” da Previdência do governo Bolsonaro. De acordo com ela, ao contrário do senso comum que diz que questões ligadas à Previdência são “coisa de gente velha”, o tema é de interesse prioritário da juventude, que verá o sonho da aposentadoria ficar cada vez mais distante caso a proposta seja aprovada. “Não queremos cortes, e queremos aposentadoria. Queremos um futuro de perspectivas e oportunidades.” Ela criticou ainda o modelo de capitalização, onde cada trabalhador contribui para uma conta individual vinculada a um fundo bancário. “O Chile já mostrou por A+B que não dá certo, com recorde de suicídios entre idosos em idade de aposentadoria.”

Confira a entrevista na íntegra