ensino público

Deputado propõe frente parlamentar para discutir situação das escolas paulistas

Proposta de Emidio de Souza (PT) foi ancorada em denúncias sobre escolas que necessitam de reformas urgentes ou que estão sem aulas devido a problemas estruturais

RBA

Muro da quadra da Escola Estadual Professor Adolfo Trípoli desmoronou e hoje a erosão coloca em risco as salas de aula

São Paulo – O deputado estadual Emidio de Souza (PT) propôs a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa do Investimento na Infraestrutura da Rede Estadual de Ensino. A iniciativa é uma resposta ao abandono de algumas unidades escolares pelo governo do estado e aos cortes de recursos promovidos ao longo dos últimos anos nos investimentos para reforma e manutenção das escolas estaduais. Recentemente, a RBA mostrou a situação de escolas que sofreram incêndio e queda de muro, mas que seguem sem  perspectiva de reforma.

O objetivo da frente é reunir deputados para fiscalizar e cobrar a recuperação das unidades de ensino e de buscar medidas para o aperfeiçoamento da rede. Também pretendem elaborar um programa de manutenção preventiva e a construção de novos prédios escolares. “A situação da rede estadual de ensino virou um escândalo porque o governo do estado simplesmente abandonou os prédios escolares”, afirmou. Dados do orçamento da educação indicam que a verba para manutenção de prédios e infraestrutura caiu 95% em relação a 2014.

Dentre as escolas prioritárias para ação da frente estão a Escola Estadual Antônio Raposo Tavares, uma das tradicionais do centro de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, que está interditada por risco de desabamento. Há também o caso da Escola Estadual Professor Adolfo Trípoli, na Vila Morse, zona oeste da capital paulista, que atende crianças de 6 a 9 anos. O muro da quadra da escola desmoronou em março do ano passado devido às chuvas, e permanece desde então no mesmo lugar. Hoje, a erosão ameaça de desabamento as salas de aula.

Outra unidade que está há anos na fila de espera das reformas é a Escola Estadual Professora Renata Menezes dos Santos, no bairro de Barragem, extremo sul da capital paulista, que sofreu um incêndio no final de 2014. Levou dois anos até que o governo de São Paulo, à época chefiado por Geraldo Alckmin (PSDB), retirasse os destroços resultantes do ocorrido. Em 8 de janeiro deste ano, foi publicada a vitória da construtora Robmak Engenharia na licitação de reconstrução da escola. Passados três meses, nada aconteceu.

Emidio também quer que o governo paulista aposente de vez as 65 escolas de lata no ainda existentes no estado. Essas escolas – chamadas oficialmente de “Padrão Nakamura” – são feitas de formas prontas de metal, que aquecem muito no verão e são extremamente frias no inverno. Todas deviam ter sido fechadas desde 2007, mas algumas continuam funcionando. “A situação é quase um convite para o aluno não ir, pois está degradada e nada funciona. Isso é um risco permanente para crianças, jovens e professores “, afirmou.