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Um terço dos estudantes paulistas não recebeu uniforme e material didático

Fiscalização do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo constatou problemas em escolas administradas pelo governo Doria e em 215 municípios

TCE

Livros didáticos foram encontrados largados no pátio e até na cozinha de escolas visitadas pelo TCE

São Paulo – Um terço dos estudantes de escolas públicas municipais e estaduais de São Paulo não recebeu uniformes e outros itens que compõem o kit escolar. No caso dos livros didáticos, o déficit na distribuição chega a 43% dos alunos sem material. A constatação foi feita pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo, que realizou fiscalização em 80 unidades administradas pelo governo de João Doria (PSDB) e 172 escolas administradas pelas prefeituras de municípios no interior, litoral e na região metropolitana.

Além da parcela de estudantes que não recebeu o material, o Tribunal de Contas constatou que 55% das escolas visitadas não tinham recebido os uniformes escolares na primeira semana de aulas. Outros 24% não tinham recebido o material escolar, e 17% não receberam os livros didáticos no mesmo período. Além disso, em 12% das unidades os livros/apostilas estavam armazenados em lugares inadequados. Houve flagrantes desses materiais dispostos diretamente no chão, em salas destinadas às aulas de informática e até dentro de cozinha.

Em 12,95% das escolas visitadas não havia controle eficiente da distribuição dos materiais aos estudantes. E em pelo menos 17% delas foi constatado que o material escolar seria insuficiente para cobrir todo o ano letivo. No Vale do Paraíba, a situação é ainda pior. Entre 14 escolas estaduais e municipais fiscalizadas pelo TCE, 57% não haviam distribuído ao menos um item do kit escolar. Dessas, 85% não forneceram uniforme, metade não entregou os kits de material escolar e 35% não distribuíram os livros didáticos aos alunos.

Além dos problemas na entrega do material escolas, o governo Doria mudou as diretrizes da merenda escolar, permitindo a inclusão de alimentos ultraprocessados, em detrimento de uma alimentação mais natural, que vinha sendo praticada nos últimos anos. A mudança leva algumas escolas a repetir o tipo de refeição ao longo da semana e, em alguns casos, a servir apenas arroz com farofa no almoço.