Inclusão

Em primeiro vestibular com cotas, Unicamp aprova 38% mais negros e pardos

Entre os 1.293 alunos que se autodeclararam pretos ou pardos aprovados, cerca de metade deles vieram de escolas públicas. Universidade paulista admite cotistas que estudaram em escolas particulares

TVT/Reprodução

Dados da Comvest apontam ainda que do total 3.386 aprovados, 48,7% são estudantes de escola pública

São Paulo – O número de alunos negros e pardos aprovados na graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aumentou 38% após a instituição implementar, pela primeira vez, o sistema de cotas étnico-raciais no vestibular. Os dados divulgados pela Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) indicam, ainda dentre o total de aprovados, 3.386 pessoas, que 48,7% são oriundos de escola pública.

Em entrevista à repórter Michelle Gomes, do Seu Jornal, da TVT, o coordenador de vestibulares da instituição, José Alves de Freitas, apontou que a política de cotas utilizada pela Unicamp se difere das demais instituições públicas por permitir a participação de estudantes negros também de escolas particulares e defendeu a medida como instrumento de inclusão social e racial. “Não faz sentido algum temos uma sociedade, falarmos de promoção de cidadania onde parte da população não usufruir dos mesmos direitos”, afirma.

Aprovado no curso de Artes Cênicas da Unicamp, o estudante Filipe Batista de Oliveira afirma que a política de cotas é reflexo da luta do movimento negro e da sociedade civil. “Temos que ocupar as universidades, principalmente nós, que somos pobres, negros e periféricos. Temos que ocupar esses lugares que são nossos”, defende o estudante.

Assista à reportagem do Seu Jornal