Ingresso acadêmico

Unicamp terá primeiro vestibular para estudantes indígenas

Inscrições poderão ser feitas do próximo dia 15 a 14 de setembro no site da Comvest. A prova única será aplicada em 2 de dezembro, em quatro regiões

Mariana Pezzo CCS/UFSCar/Reprodução

72 vagas serão oferecidas em vários cursos de graduação da Unicamp para ingresso em 2019

São Paulo – A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) inicia na quarta-feira (15) e segue até 14 de setembro o processo de inscrições para o seu primeiro vestibular voltado a estudantes indígenas. Nesta edição, serão oferecidas 72 vagas em vários cursos de graduação da universidade estadual para ingresso em 2019. A prova será realizada em 2 de dezembro, nas cidades de Campinas (SP), além de Dourados (MS), Recife, Manaus e São Gabriel da Cachoeira (AM).

Considerada como uma das melhores universidades brasileiras, a Unicamp será a primeira estadual a realizar uma prova específica para essa comunidade tradicional. A iniciativa tem como base a experiência da Universidade Federal de São Paulo (UFSCar), que há 10 anos adotou sistema para o ingresso de indígenas.

Em entrevista à repórter Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual, o coordenador da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), José Alves de Freitas Neto, ressalta que não haverá cobranças de taxas de inscrição para a avaliação, que será única, mas os candidatos deverão comprovar que pertencem a uma das etnias indígenas do território brasileiro. Ao todo, a prova será composta por 50 questões dividas pelas áreas de Linguagens e Códigos, Matemática, Ciências Humanas e da Natureza, além de uma redação.

O presidente do Conselho Estadual dos Povos Indígenas de São Paulo (Cepisp) e integrante do grupo de trabalho da Unicamp que prepara os professores para receberem os novos alunos, David Guarani Karai Popygua, avalia de forma positiva a iniciativa por considerar a cultura desses grupos.

“O vestibular levar em consideração os conhecimentos tradicionais (indígenas) já é uma forma diferente da convencional, respeitando a constituição brasileira que assegura os direitos dos povos indígenas de manterem a sua língua, a sua cultura e formas de educação próprias, específicas e diferenciadas”, explica.

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