retrocessos no ensino

Em São Paulo, lideranças estudantis debatem o futuro da educação no Brasil

Congresso Nacional de Entidades Gerais (Coneg) da União Nacional dos Estudantes (UNE) aponta para as políticas de austeridade como um dos grandes desafios para a construção do ensino educacional no país

TVT/Reprodução

Lideranças apontam revogação da emenda Teto de Gastos e eleições livres e democráticas como saída para a crise da educação

São Paulo – O futuro da educação no Brasil passa pela revogação das atuais políticas promovidas por Michel Temer em nome do “ajuste fiscal”, defendem diversas lideranças nacionais do movimento estudantil, que participaram no sábado (21), do 66º Congresso Nacional de Entidades Gerais (Coneg) da União Nacional dos Estudantes (UNE). Pautados em denúncias que revelam os impactos dos cortes no setor, representantes afirmaram o pleito de 2018 como o único caminho viável para eleição de um candidato que revogue as medidas de austeridade, em curso após o golpe de 2016. 

A coordenadora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Madalena Guasco Peixoto, explica à reportagem da TVT que os cortes de verbas, o desmonte das universidades públicas e a precarização do ensino como um todo, refletem o que considera como “Brasil pós-golpe”. “O golpe trouxe uma política ultra neoliberal que está terminando de fazer aquilo que não conseguiu na década de 90. Estamos retirando o Estado do campo dos direitos de uma forma extremamente radical”, observa a coordenadora. 

A Emenda Constitucional do Teto de Gastos, que congelou por 20 anos investimentos sociais, é citada pela coordenadora e pelos representantes do Congresso, como um exemplo do curso da privatização na educação brasileira. A presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé, avalia ainda os crescentes casos de depressão e suicídio em pesquisadores como um desdobramento das más condições de trabalho ocasionadas pelos cortes que afetam o desenvolvimento científico.

“Quando a grande mídia coloca a manchete ‘a ciência adoece’ ou ‘doutorado adoece’ não é o doutorado que adoece”, crítica Flávia. “São as condições com as quais hoje o pesquisador está submetido de desvalorização em torno da bolsa ou de não ter bolsa muitas vezes, mas em especial, a ausência de perspectiva”, afirma a presidenta da ANPG. 

Para contornar a situação do sistema educacional do país, Flávia apoia-se na deliberação do Congresso que defende a revogação da PEC Teto de Gastos e eleições livres e democráticas. “Hoje é uma tarefa muito importante a gente está aqui resistindo e para tentar um passo adiante a gente tem as eleições que serão fundamentais. A gente precisa é fazer uma discussão séria sobre um projeto de nação e sobre esse projeto que está aqui”. 

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