alunos sem aulas

Crise econômica no Rio fecha escolas e compromete projetos interculturais

Projetos com ensino bilíngue são os novos alvos da falta de recursos

TVT/REPRODUÇÃO

Entre 2016 e 2017, 200 escolas sofreram com o fechamento de turmas e turnos

São Paulo – A falta de investimentos deixa milhares de crianças e adolescentes fora das salas de aula, no Rio de Janeiro. Entre 2016 e 2017, cerca de 200 escolas tiveram fechamento de turnos e turmas. Projetos com ensino bilíngue são os novos alvos da falta de recursos.

Alunos do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) 449, na cidade de Niterói, pedem pela volta do curso. A unidade é considerada exemplo de excelência em ensino gratuito. “A gente tem vários projetos maneiros que foram desmontados. Por exemplo, os professores  ficavam aqui das 7h às 17h”, conta a estudante Luise Vitória Véras Silva. 

Localizadas em áreas de vulnerabilidade na região metropolitana do Rio, as escolas interculturais são frutos de parcerias entre o governo do estado com consulados e instituições de outros países. O projeto de referência oferece educação integrada, mas  sofre com o desmonte.

“Hoje o professor que ficava aqui 30 horas (semanais) não fica mais. Eram 16 horas da matrícula dele, mais 16 com a gratificação. Como isso foi tirado, os professores têm que procurar emprego em outra escola porque todo mundo precisa pagar as contas”, explica a designer Tanara Vieira. 

Organizados, os pais apresentaram propostas à Secretaria de Educação para resolver o problema, mas ficaram sem resposta. “Hoje a luta que a gente tem feito é para não permitir que esse projeto abandonado vá despencando e caindo aos pedaços. A gente quer um pacto dentro de uma lógica que seja viável para o estado.”

O caso do Ciep 449 é um exemplo de uma crise que afeta toda a rede estadual de ensino do Rio de Janeiro nos últimos anos. Entre 2016 e 2017, 200 escolas sofreram com o fechamento de turmas e turnos. Só no ensino médio foram extintas 110 mil vagas nos últimos 10 anos, e 384 escolas foram fechadas.

“O governo aperta de todos os lados, não te dá estrutura, não te dá condição de trabalho. E aí vai esvaziando cada vez mais a rede. Servidores e funcionários nós não temos mais, porque o Sergio Cabral (MDB, que governou o estado por dois mandatos, de 2007 a 2013) extinguiu merendeira, porteiro, zeladores e até inspetor”, critica Élson Simões de Paiva, do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT:

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