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Parlamentar paulista é impedida de entrar em escola pública

Deputada estadual Beth Sahão (PT), impedida de entrar em escola estadual na região de Perus: 'Tive informações de que a diretora tem compromisso com deputados da base do governo'

reprodução/facebook

‘Optamos por não estabelecer nenhum confronto, mas estamos dizendo que nossa reação será jurídica’

São Paulo – A diretoria da Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, no bairro de Perus, zona noroeste da capital paulista, impediu na manhã de hoje (29) a entrada de uma parlamentar em suas dependências. A deputada estadual Beth Sahão (PT) esteve no local para verificar a situação da estrutura física e também da coordenação, mas não pôde concluir seu trabalho. “A diretora não nos deixou entrar em uma escola pública sobre a qual temos a obrigação de fazer a fiscalização”, disse.

A escola esteve na mira da “reorganização” proposta pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) no fim de 2015, o que despertou uma série de ocupações de estudantes contrários às medidas que pretendiam fechar ao menos 94 centros de ensino. O projeto tucano foi frustrado, o que não impediu a administração de proceder com o fechamento de salas de aula e com a possível interrupção de programas educacionais como as salas de leitura.

Beth esteve na escola para checar essas situações. “Fomos impedidos de entrar talvez porque a diretora tenha compromissos, segundo informações que eu tive, com deputados da base do governo e, talvez, porque sejamos deputados de oposição ao governo que vem sucateando e comprometendo a qualidade da educação ao longo de tantos anos no exercício do poder.”

A parlamentar questiona o andamento dos programas do governo para a educação e citou áreas que perderam recursos. “O Atendimento Especializado para Alunos e Públicos Específicos, a Ação Operação da Rede de Ensino Básico, cujo orçamento de R$ 48 milhões teve apenas R$ 9 milhões aplicados. A ampliação da rede física, apenas 20% foi executado”, conforme disse em audiência com o secretário da Educação, José Renato Nalini, na semana passada.

Beth é presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e informou que deve tomar as medidas cabíveis contra a direção da escola. “Vamos acionar a secretaria estadual de Educação, vamos colocar uma reclamação na Comissão de Prerrogativas da Assembleia e, também, com um requerimento de repúdio à maneira como essa diretora nos impediu de entrar na escola. Foi super autoritária e grossa. Está faltando para ela aprender educação no trato com o ser humano”, disse.

“Optamos por não estabelecer nenhum confronto, e estamos dizendo que nossa reação será jurídica, dentro da legalidade, para exigir uma resposta imediata a esse tipo de conduta inadmissível. Não podemos ser impedidos de entrar em nenhum órgão público”, criticou.