Rio Grande do Sul

Com 75% da categoria em greve, professores celebram a luta e a resistência

Docentes gaúchos estão em greve desde 5 de setembro contra o parcelamento dos salários e pagamentos atrasados. Recebendo picado, já estão refinanciando financiamentos feitos para pagar as contas

Arquivo/CPERS

Helenir Schürer: está na hora de Sartori apresentar uma proposta que contemple as reivindicações dos educadores, como o pagamento em dia e sem parcelamento

São Paulo – O dia dos professores é mais um dia de comemorar a escola pública, a luta diária e a capacidade de resistência para os docentes da rede estadual do Rio Grande do Sul. A categoria está em greve desde 5 de setembro para reivindicar o pagamento em dia de seus salários.

Desde 2015, o governo de José Ivo Sartori (PMDB) remunera os professores em parcelas. Ou seja, os docentes recebem picado e estão sendo obrigados a fazer financiamentos – e refinanciamentos – para pagar as contas.

Nessa ‘bola de neve’ que estão entrando, não está em risco apenas a saúde financeira dos professores, mas também a física e emocional, como têm afirmado professores em atos e manifestações. Em setembro, por exemplo, chegaram a receber uma parcela de R$ 350,00, a mais baixa, desde que o peemedebista resolveu parcelar os salários dos professores.

Em meio à paralisação de mais de 75% dos professores, a Secretaria da Educação gaúcha (Seduc) divulgou nota com o calendário de recuperação das aulas. “Como podem organizar um calendário escolar sem que a greve da categoria tenha encerrado? Como recuperar as aulas se nem sequer foram negociados os dias parados? O que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) está fazendo em Brasília para cassar a nossa liminar? Fica evidente que o governo está blefando para tentar enfraquecer a greve dos educadores, que segue forte e com o apoio da comunidade”, diz a presidenta do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS), Helenir Aguiar Schürer.

De acordo com a professora Helenir, ao contrário do que o governo insiste em afirmar, a greve dos professores e funcionários continua firme em todo o estado.

O governo fala que 70% das 1.176 escolas não aderiram à greve. “Mas são 2.545 escolas. As restantes estão em greve. Portanto, mais de 60% das instituições estão em greve. Como as maiores estão paradas, reafirmamos que 75% dos professores, de 60% das escolas, seguem em greve”, afirma.

Para a dirigente, está na hora de o governo Sartori apresentar uma proposta que contemple as reivindicações dos educadores, como o pagamento em dia e sem parcelamento. “Pagar no 12º dia do mês, não é pagar em dia, governador”.

Nesta terça-feira (17), os trabalhadores da educação farão ato na Praça da Matriz, às 10h, para cobrar do governo uma solução para a greve da categoria, e também realizar pressão contra a votação de projetos de lei que atacam os direitos dos educadores e educadoras.

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