Na próxima semana

Professores vão participar das mobilizações em Brasília contra reformas de Temer

Confederação dos Nacional dos Trabalhadores em Educação afirma que reforma da Previdência é especialmente penosa para professoras e prevê participação de 20 mil educadores de todo o Brasil em protesto

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

CNTE prevê mais de 20 mil trabalhadores da educação de todo o Brasil em protesto contra reformas

São Paulo – A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) confirmou participação nas mobilizações de centrais sindicais e movimentos sociais que pretendem ocupar Brasília na próxima quarta-feira (24) contra as reformas do governo Temer. 

Segundo Fátima Silva, secretária-geral da CNTE, a estimativa é de que se desloquem para Brasília cerca de 20 mil professores, que devem se unir a outros milhares de trabalhadores da educação da própria capital federal. Ela também defendeu a realização de nova greve geral para barrar a retirada de direitos. 

Vamos para as ruas, novamente, contra a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e contra o projeto de terceirização. É uma tragédia que está colocada para o povo brasileiro, e não somente para os professores e funcionários de escolas, mas atinge a toda a classe trabalhadora”, afirmou Fátima, em entrevista à Rádio Brasil Atual nesta quarta feira (17). 

Ela ressalta que a reforma da Previdência é especialmente prejudicial às mulheres da educação, pois, com a proposta do governo Temer, o tempo mínimo de contribuição foi elevado em 10 anos para elas. Para contornar o alegado déficit da Previdência – argumento usado pelo governo Temer para justificar a reforma –, Fátima defende a realização de auditoria nas contas da Previdência, além da cobrança dos grandes devedores. 

Segundo Fátima, estudos apontam que a “vida útil” do professor em sala de aula, principalmente na educação infantil, é de 15 anos. Após isso, o profissional começa a apresentar acelerado desgaste, que inclui a Síndrome de Burnout (esgotamento extremo), muito comum entre os professores. “Qual professor vai aguentar estar na sala de aula com até 45 alunos aos 62 anos?”, questionou.

Além das reformas, a relação dos professores com o governo Temer vai de mal a pior, de acordo com a secretária-geral da CNTE. Ela criticou a “reformulação” do Fórum Nacional de Educação (FNE) determinada pelo ministério da Educação, que alijou do colegiado entidades também ligadas aos trabalhadores do setor e submeteu a indicação dos nomes para integrar o órgão à aprovação do governo. Por conta dessas alterações, ela anunciou que a CNTE não mais participará das reuniões do FNE. 

Fátima Silva criticou também alterações propostas na reforma do Ensino Médio que, segundo ela, pretendem privatizar o ensino técnico, e o não cumprimento por estados e municípios da lei que instituiu piso salarial nacional para os professores.

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