antissindical

PM cerca e quer desocupar Sindicato dos Trabalhadores na USP

Reitoria solicitou reintegração de posse de edifício ocupado há mais de 50 anos pelo Sintusp. Alega que o prédio estaria sendo solicitado pela Escola de Comunicações e Artes, que desmente a informação

reprodução/Sintusp

Cerca de 50 trabalhadores permanecem na sede do sindicato e prometem resistir à desocupação

São Paulo – A sede do Sindicato dos Trabalhadores na Universidade de São Paulo (Sintusp), que fica na Cidade Universitária, zona oeste da capital paulista, amanheceu cercada por dezenas de viaturas da Polícia Militar, que pretende executar ação de reintegração de posse solicitada pela reitoria da USP. O espaço também foi cercado com grades de ferro a pedido do reitor, Marco Antonio Zago.

Segundo o presidente do sindicato, Alexandre Pariol, a desocupação é uma tentativa de destruir a entidade, que “nunca negociou contra o trabalhador, e luta em favor de uma universidade pública, de qualidade e laica”.

“Falam que estamos em um Estado democrático de direito. Imagino que, em qualquer lugar do planeta, a representação dos trabalhadores, de qualquer categoria, não pode e não deve ser atacada”, afirma Pariol, em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã desta quarta-feira (4). Trabalhadores prometem resistir à desocupação.

O prédio, localizado no entorno da Escola de Comunicação e Artes (ECA) e ocupado pelo Sintusp há mais de 50 anos, consta do projeto original da universidade para abrigar a representação dos trabalhadores. A reitoria alega que o prédio estaria sendo solicitado pela escola, informação desmentida pela ECA.

No edifício, também funciona o centro acadêmico da ECA. O espaço de convivência conhecido como “prainha”, nas imediações, está ameaçado de ser transformado em estacionamento.

Ontem (3), em visita ao Instituto Butantã, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que não haveria desocupação. O presidente do Sintusp afirma que havia negociação marcada para ocorrer no próximo dia 29, no Ministério Público Estadual (MPE-SP), não sendo justificada, portanto, ação antes dessa data.

Pariol afirma que os policiais, armados ostensivamente, filmam a movimentação dos trabalhadores, em atitude de intimidação. Ele diz que o movimento de resistência dos trabalhadores conta com o apoio dos alunos da USP, e pede solidariedade do restante da população, para evitar precedente que pode se voltar contra todas as organizações dos trabalhadores. Jamais o estado fez esse papel nefasto contra um sindicato de trabalhadores.”

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