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Violência da polícia marca votação do ‘pacotaço’ de Sartori no Rio Grande do Sul

Ao longo desta segunda-feira (19), soldados da Brigada Militar avançaram contra a população disparando spray de pimenta e bombas de efeito moral; professores foram proibidos de entrar na Assembleia

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Policiais atiram spray de pimenta em manifestantes contra pacote que retira direitos de servidores gaúchos

São Paulo – A votação do chamado pacotaço de Sartori, conjunto de medidas de arrocho do governador do Rio Grande do Sul, José Sartori (PMDB), foi marcada pela violência ao longo desta segunda-feira (19). A Brigada Militar investiu contra os manifestantes, que acompanhavam do lado de fora da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.

O pacote inclui 26 projetos, entre eles a extinção de três secretarias – Esporte, Justiça e Direitos Humanos e Planejamento –, a extinção a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Investimento e medidas contra os direitos dos servidores, como o fim do prazo para o pagamento do 13º salário, a extinção da licença-prêmio, novas regras para o tempo de serviço e a suspensão da remuneração de trabalhadores cedidos a sindicatos.

Entre os protestos para pressionar os parlamentares estavam integrantes de diversas entidades sindicais, como o Sindicato dos Professores (CPERS).

“Enquanto a Assembleia discutia o pacote, tivemos ação da Brigada Militar. De forma covarde, agrediu os trabalhadores com bombas de efeito moral, gás de pimenta. À tarde acalmou, para em seguida virem com mais violência. A tática do governo é nos tirar da praça (da Matriz). Vamos continuar aqui acompanhando a votação”, disse a presidenta do CPERS, Helenir Aguiar Schurer.

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Silvana Covatti (PP), liberou apenas 80 senhas para todo o Movimento Unificado dos Servidores (MUS).

A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) criticou a ausência da população durante a votação do pacotaço. Em nota, a entidade afirma que a proibição do acesso à Assembleia Legislativa imposta pelo governo de Sartori “rompe a história e desrespeita a democracia”.

A nota ainda diz que os trabalhadores, por não aceitarem a desestruturação de suas vidas com a possível aprovação dos projetos de extinção do governo, foram recebidos com portas fechadas, grades, hostilidade e bombas de efeito moral.

A direção da CNTE divulgou nota em apoio aos professores e funcionários administrativos das escolas que estão em greve desde o último dia 13 contra as medidas do governo.

A votação segue ao longo da madrugada.

Com informações do Sul21