São Paulo – Os estudantes secundaristas e universitários preparam uma caravana nacional até Brasília, para acompanhar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela por 20 anos os investimentos sociais do governo federal, inclusive em educação. No próximo dia 29, quando o projeto entra em votação no Senado, os jovens prometem ocupar a área em frente ao Congresso Nacional para pressionar os parlamentares.

“Não nos curvamos, contamos para o mundo o perigo da ‘PEC da maldade’ e da reforma do ensino médio. Nada que se refira aos nossos direitos pode ser decidido sem a nossa opinião ser ouvida”, afirma trecho da resolução aprovada pelos estudantes durante encontro nacional, realizado na Universidade de Brasília em 14 e 15 de novembro, quando foi decidido que eles organizariam a caravana nacional.

Os estudantes interessados em ir até Brasília podem ser inscrever aqui. O preenchimento do formulário, no entanto, não assegura vaga, alertam entidades do movimento estudantil. A confirmação depende do número de lugares disponíveis por estado.

Ao todo, são 226 universidades ocupadas em 22 estados e no Distrito Federal. O último balanço de escolas ocupadas, da última quinta-feira (17), apontava 393 escolas ocupadas, além de outros sete espaços, em geral secretarias de educação e câmaras municipais. O movimento secundarista chegou a ocupar, em 28 de outubro, 1.197 escolas em 21 estados. A maioria delas estava no Paraná, porém, houve sucessivas reintegrações de posse judiciais.

“No geral, ainda há um número expressivo de escolas e universidades ocupadas. Houve uma redução, mas estão ocorrendo novas ocupações em novos estados”, defendeu a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes. Os estudantes protestam contra a PEC e contra a Medida Provisória 746, que prevê a reforma o ensino médio. A proposta foi duramente criticada por especialistas, que acreditam que ela fragmenta a formação.