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Secundaristas de SP fazem caravana para conhecer ocupações no Rio

Quem quiser colaborar pode participar da vaquinha on-line ou comprar os documentários sobre as ocupações de escolas e camisetas feitas pelos próprios estudantes

Danilo Ramos/RBA

No auge do movimento, estudantes paulistas chegaram a ocupar 213 escolas

São Paulo – Secundaristas de São Paulo estão arrecadando verba para organizar uma caravana e levar 42 estudantes para conhecer o movimento estudantil do Rio de Janeiro, que chegou a ocupar 68 escolas entre abril e junho para exigir melhorias nas escolas e mudanças no sistema de ensino. Quem quiser colaborar pode participar da vaquinha on-line ou ainda comprar os documentários produzidos sobre o movimento de ocupações de escolas paulistas e camisetas feitas pelos próprios estudantes.

“Lá a movimentação é muito forte. O Rio está um caos e a situação das escolas está gritante: os alunos estão sendo liberados mais cedo porque não tem água nas escolas, enquanto o dinheiro está sendo investido nas Olimpíadas”, diz a secundarista Lilith Passos, de 16 anos, que estuda na Escola Estadual Maria José, localizada na Bela Vista, na região central de São Paulo. “Eles estão muito persistentes e já conseguiram alcançar várias pautas que não conseguimos aqui, como derrubar direções de escolas e impedir que fossem aplicadas as provas do Saerj (Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro, pela qual as instituições recebem bônus).”

Já foram realizadas duas caravanas de secundaristas: a primeira, em janeiro, levou três estudantes paulistas a Goiás para acompanhar o processo de ocupação de escolas contra a entrega da administração de 23 instituições de ensino para organizações sociais. Em junho, dois alunos foram para o Ceará, onde 54 escolas foram ocupadas reivindicando reformas nos prédios, implementação do passe livre, diversificação no cardápio da merenda e aumento na quantidade da alimentação fornecida.

“A ideia é viajar para esses estados em que ocorrem novas ocupações e fazer uma troca de experiências, aprender com eles quais são as pautas que reivindicam e quais estratégias usam. Por mais que sejam estados diferentes e com pautas diferentes, as estratégias de luta podem ser as mesmas. Muitas vezes descobrimos pautas mais aprofundadas, que não pensamos em ter”, conta Lilith.

Em São Paulo, o movimento de ocupações começou no final do ano passado, após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciar a “reorganização” escolar, que previa o fechamento de 94 escolas e a transferência de cerca de 311 mil estudantes para outras instituições de ensino. Como resposta ao projeto, que não foi debatido com a comunidade escolar, os alunos ocuparam escolas da rede estadual. No auge do movimento, em 2 de dezembro, os estudantes chegaram a ocupar 213 unidades escolares.

Após 25 dias de mobilização, o governador suspendeu o projeto de reorganização escolar. Em seguida, o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, pediu demissão. Na ocasião, Alckmin limitou-se a afirmar que os alunos continuariam nas escolas em que já estudam e que o governo começará a aprofundar o debate sobre o projeto.

Como o Rio é mais próximo de São Paulo, a ideia é levar 42 secundaristas para conhecer a luta dos estudantes cariocas. Quem quiser colaborar, pode adquirir os produtos pelo perfil no facebook Caravana Secundarista ou ainda participar da vaquinha, depositando qualquer quantia na conta aberta pelos estudantes para arrecadação de fundos. É possível entrar em contato com o movimento pelo e-mail [email protected]

Confira como foram as duas primeiras caravanas:

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