Contra reajuste zero

Professores paulistas indicam greve para 22 de setembro

Até lá, professores vão realizar debates nas escolas e continuar tentando negociar com a Secretaria Estadual da Educação

Danilo Verpa/Folhapress

Professores protestam em frente à Secretaria da Educação, no centro de São Paulo. Em ato é organizado pela Apeoesp, categoria delibera indicativo de greve

São Paulo – Os professores paulistas aprovaram hoje (26) uma campanha de mobilização com indicativo de greve para o dia 22 de setembro, quando será realizada uma nova assembleia. Sem reajuste há 25 meses, cerca de 30 mil docentes se reuniram na Praça da República, no centro da capital paulista, onde também contestaram a possibilidade de reforma da Previdência, como vem sinalizando o presidente interino Michel Temer.

“Eu acredito que a greve será inevitável”, disse a presidenta do Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel. “Nós não temos nada na mesa e não vamos aceitar um novo zero de reajuste”, completou. No ano passado, os professores mantiveram 92 dias de greve, mesmo sofrendo cortes de salário. Mas Alckmin manteve-se intransigente.

Até agora, nenhuma negociação efetiva vem ocorrendo entre professores e a Secretaria Estadual da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB). “Eles agora argumentam que é preciso esperar a renegociação das dívidas dos estados, que tramita no Congresso Nacional. Toda hora tem uma desculpa diferente e o nosso salário vai sendo arrochado”, disse Bebel.

Os professores reivindicam reajuste de 16,6%, para recompor apenas a perda inflacionária dos últimos dois anos, e a efetivação da meta 17 do Plano Estadual da Educação, que trata da equiparação dos vencimentos dos docentes às demais categorias que têm formação universitária.

Após a assembleia os professores saíram em marcha para se reunirem com os docentes municipais, que protestaram hoje em frente à prefeitura de São Paulo. As duas categorias vão para a Avenida Paulista, em manifestação contra a reforma da Previdência diante do escritório da Presidência da República em São Paulo.

“Não vamos aceitar a retirada de direitos pelo governo golpista”, afirmou Bebel. “A paralisação do dia 22 será contra dois governos autoritários. O de Alckmin em São Paulo e o Temer no planalto. O presidente interino quer aplicar em nível nacional o desastre que os tucanos fizeram aqui. Querem reduzir a verba da educação, liquidar os direitos trabalhistas. Não vamos aceitar.”

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