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Cresce movimento de ocupação das escolas do Rio

Alunos lutam por melhorias nas estruturas das unidades escolares, mudanças no currículo e remuneração justa para o os professores

reprodução/TVT

‘A gente só vai crescer o movimento. Eles podem vir pra cima da gente, e a gente vai pra cima deles’

São Paulo – No Rio de Janeiro, o movimento de ocupação nas escolas estaduais, que começou há um mês e meio, já alcançava 76 instituições em todo o estado até a tarde de ontem (4), segundo o portal G1. O governo estadual decretou recesso escolar para as unidades ocupadas, mas os alunos reafirmam a disposição de seguir reivindicando melhores condições de ensino.

Nas zonas norte e sul, na Baixada Fluminense, no interior, os alunos têm contado com apoios de peso. Artistas, músicos e professores se somam à causa e estabelecem uma rede de solidariedade em torno dos estudantes, realizam aulas extras e organizam a doação de alimentos e outros itens.

crescimento das ocupações reforça o poder dos estudantes e evidencia a postura do governo para lidar com a situação. Da parte da secretaria estadual da Educação (Seeduc), as negociações não avançam. Os alunos da escola Mário Cavalcanti, a primeira a ser ocupada na zona sul da cidade, afirmam ainda não terem recebido proposta do governo. “Estamos de portas abertas a todo e qualquer tipo de negociação, mas, até agora, não teve. Já teve um representante da Seeduc, que veio aí conversar e tal, mas nada de muito sólido”, conta o aluno Manuel Santos à repórter Ana Ribeiro, para o Seu Jornal, da TVT.

A secretaria anunciou repasse de até R$ 15 mil reais às escolas para reparar danos na infraestrutura. Apesar da promessa, os estudantes estão dispostos a continuar mobilizados. “Estamos reivindicado uma série de outras coisas, como um currículo único, o aumento do salário de professores, eles receberem salário de forma digna. Ou seja, não é só a reforma em si”, afirma Manuel.

Os estudantes das escolas ocupadas sofrem agora com a suspensão das verbas para alimentação e transporte, por conta da decretação do recesso. “A gente já está vendo a possibilidade de todo mundo poder vir, de fazer uma caixinha com passagem para todo mundo. A gente só vai crescer o movimento. Eles podem vir pra cima da gente, e a gente vai pra cima deles”, ressalta a estudante Samara da Paz.

Os alunos ocupados seguem com a rotina de atividades, sem perder de vista os objetivos. “A gente faz um planejamento, com o pessoal que vem aqui, que é voluntário, e até com os professores. A gente quer fazer um pré-vestibular aqui no colégio, tentar fazer coisas que a gente queria que tivesse aqui no colégio, e que não tem”, conta Samara.

“É a resposta que o povo tem que dar, é resposta que estava demorando para acontecer e está acontecendo agora. E a luta não pode parar. Que se ocupem cada vez mais e mais escolas. Acho que é algo muito importante.  Fico muito feliz em fazer parte dessa mudança, dessa luta, porque eu sei que é algo que não é só para mim, mas para as outras gerações que vão vir.”, conclui Manuel.