Gestão Alckmin

Secretaria da Educação deixa professores sem reajuste

Na próxima terça-feira, docentes participarão de audiência pública sobre o Plano Estadual de Educação. “O financiamento estará sendo discutido e vamos para lá puxar esse debate”, disse Bebel

Dario Oliveira/Codigo19/Folhapress

Professores reuniram-se em assembleia na tarde desta terça, em frente à Secretaria estadual de Educação

São Paulo – Acabou sem uma proposta de reajuste salarial a reunião do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) com o secretário estadual da Educação de São Paulo,José Renato Nalini, na manhã de hoje (24). O governo de Geraldo Alckmin (PSDB) ainda não apresentou proposta de reajuste da categoria, cuja data base é 1º de julho. Os professores reivindicam reajuste de 16,6%, índice necessário para recompor a inflação acumulada desde meados de 2014, quando foi concedido o último aumento pela gestão Alckmin.

A Secretaria de Educação chegou a propor que o bônus por mérito fosse convertido em reajuste de 2,5% neste ano, mas os professores rejeitaram. “Não tenho dúvidas que sem o reajuste a categoria fará uma paralisação”, disse Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel. “Os professores estão saturados por causa do ano passado, que foi todo em luta, além de um começo de ano difícil agora me 2016. Mas conheço os professores: vamos organizando atos até aprovar a greve.”

Em estado de greve desde 8 de abril, os professores aprovaram hoje em assembleia, na Praça da República, uma agenda de mobilização para exigir reajuste salarial de 16,6%. Na próxima terça-feira (31), vão participarão de uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre o Plano Estadual de Educação, na qual serão debatidas as diretrizes de financiamento para o setor. O secretário Nalini deverá estar presente. Um novo ato está marcado para 7 de junho e, no dia 14, vão novamente ao Legislativo paulista pressionar a aprovação do plano estadual.“O plano vai entrar e votação e vamos querer participar. O financiamento da Educação estará sendo discutido ali e vamos para lá puxar esse debate”, disse Bebel.

Após a assembleia, os professores saíram em marcha até o Theatro Municipal, também no centro de São Paulo, e entoaram palavras de ordem contra o governo interino de Michel Temer. Hoje, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que as despesas com educação e saúde serão alvo de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que tenham gastos limitados pela inflação, para um “controle de despesas nos próximos anos”, nas palavras dele.

“Assistimos a um movimento de resistência com artistas que ocuparam a Funarte aqui em São Paulo. Quero dizer, sem nenhum medo, que se for preciso vamos até Brasília ocupar o MEC (Ministério da Educação) para não haver desvinculação de recursos para a educação. Não podemos deixar barato”, disse Bebel durante o ato. “Vamos para o MEC dizer que não vamos aceitar nenhum retrocesso na educação.”

 

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