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Secretaria de Educação de Goiás solicita corte de água em escolas ocupadas

Advogados que apoiam o movimento dos estudantes entraram com mandado de segurança para garantir o abastecimento de água e de energia elétrica nas escolas ocupadas

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Número de escolas estaduais ocupadas em Goiás chega a 22

São Paulo – A Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esportes de Goiás solicitou o corte de água tratada “em caráter de urgência” em oito escolas ocupadas nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Hoje (18) já são 22 colégios ocupados no estado, de acordo com o último levantamento do movimento Secundaristas em Luta-GO.

O pedido foi feito ao presidente da empresa Saneamento de Goiás (Saneago), José Tavieira Rocha, por meio de um ofício expedido na segunda-feira (14).  O documento é assinado pela própria secretária de Educação, Raquel Teixeira. Advogados que apoiam o movimento dos estudantes entraram com mandado de segurança para garantir o abastecimento de água e de energia elétrica nas escolas ocupadas.

Os alunos protestam contra o projeto do governador Marconi Perillo (PSDB) de repasse da administração das escolas para organizações sociais (OSs) já no primeiro semestre de 2016. Segundo o governo, além de cuidar da administração e da infraestrutura, as organizações poderão contratar professores e funcionários.

“A Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, ao mesmo tempo em que alardeava querer diálogo e negociação com os estudantes, encaminhou no dia 14/12 ofício à Saneago solicitando o corte de água das escolas ocupadas por adolescentes, crianças, pais e apoiadores. É esse o diálogo da Seduce? Esse é o “momento de debate sobre as OS?”, questionaram os estudantes, por meia da página do movimento no Facebook.

Em entrevistas, Perillo e a secretária Raquel têm afirmado que “empresários são melhores gestores do que os educadores”. Para os estudantes, a medida significa a privatização da educação pública. A Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgou uma nota se posicionando contra a medida por entender que ela “constitui um processo de terceirização da oferta da educação pública”. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás também é contra a mudança.

O movimento dos estudantes de Goiás foi inspirado nas ocupações de escolas ocorridas em São Paulo contra o projeto de reorganização escolar que seria implementado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e que acarretaria no fechamento de pelo menos 93 escolas e na transferência de 311 mil alunos. Após 25 dias de luta dos estudantes, o governador paulista veio a público anunciar a suspensão do projeto.

Em Goiás, as ocupações começaram na última semana, após o governador publicar um despacho (596 de 2015) que autoriza o estado a contratar organizações privadas para dirigir escolas estaduais.

À Agência Brasil, a Secretaria de Educação informou que respeita a livre manifestação dos estudantes, que está aberta ao diálogo e que as escolas continuarão públicas e gratuitas. A instituição defende que a medida não irá alterar direitos de professores e funcionários e que tampouco visa a privatizar ou terceirizar o ensino público, mas atender às demandas da sociedade com mais agilidade.

As ocupações necessitam de doações, em especial de alimentos, material de limpeza, produtos de higiene pessoal e materiais para confecção de cartazes. Confira a lista de escolas ocupadas:

Cidade de Goiás

Colégio Estadual de Aplicação Manuel Caiado (Rua Edgar Camelo, Bairro Areião)

Anápolis

Colégio Estadual José Ludovico de Almeida (Rua Erasmo Braga, Vila Brasil)

Colégio Estadual Polivalente Frei João Batista (Rua 14, Maracanã)

Colégio Estadual Jad Salomão (Rua Catarina Salomão, Vila São Jorge)

Colégio Estadual Padre Fernando Gomes de Melo (Rua 113, esquina com 119, Vila Formosa)

Colégio Estadual Carlos de Pina (Avenida Brasil Central, Boa Vista)

Colégio Estadual Américo Borges de Carvalho (Rua Bela Vista, Jardim Goiano)

Aparecida de Goiânia

Colégio Estadual Cecilia Meirelles (Rua 29, Bairro Santo Antônio)

Colégio Estadual Nova Cidade (Rua Edimon Pereira, Nova Cidade)

Colégio Estadual Villa Lobos (Rua 03 QD 51, Garavelo)

Goiânia

Colégio Ismael Silva de Jesus (Rua 2, quadra 42, Bairro da Vitória)

Escola Estadual Francisco Maria Dantas (Residencial Mansões Paraíso)

Instituto de Educação de Goiás (IEG) (Avenida Anhanguera, Leste Vila Nova)

Colégio Estadual José Carlos de Almeida (JCA) (Rua 23, Quadra 84, Setor Central)

Colégio Estadual Robinho Martins de Azevedo (Avenida do Sol Nascente, JD Nova Esperança)

Colégio Estadual de Período Integral Lyceu (Rua 21, St. Central).

Colégio Estadual José Lobo (Rua dos Missionarios, Setor Rodoviário)

Colégio Estadual Pré-Universitário (Rua 240, Setor Leste Universitário)

Colégio Estadual Murilo Braga. (Rua 200, Vila Nova)

Instituto de Educação de Campinas Presidente Castelo Branco. (Avenida Minas Gerais, Campinas)

Colégio Estadual Professor Pedro Gomes (Avenida Sergipe, St. Campinas)

Colégio Estadual Cora Coralina (Rua 4, Vila Redenção)

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