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Contra reorganização, alunos da Américo Brasiliense fecham avenida dos Estados

Manifestação é resposta dos estudantes da tradicional escola de Santo André para tentativa do estado de desmobilizar ocupações em escolas

reprodução/nãofechemminhaescola

Dez viaturas da PM foram enviadas pelo governo do estado para repreender os alunos, o que provocou conflito

ABCD Maior – Alunos da Escola Estadual Américo Brasiliense, no centro de Santo André, no ABC paulista, fecharam por volta das 17h20 desta terça-feira (1º) a Avenida dos Estados, no sentido Mauá, na altura do Hipermercado Carrefour. A manifestação é a resposta dos estudantes para o governo do estado, que no domingo (29) discutiu estratégias com as dirigentes de ensino para desmobilizar as ocupações nas unidades escolares. Atualmente, o ABC possui 24 escolas ocupadas por alunos que são contrários a “reorganização” do ensino elaborada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Dez viaturas da Polícia Militar foram enviadas pelo governo do estado para repreender o protesto. A empurrões e muita gritaria, os policiais conseguiram fazer que o grupo se dispersasse e abandonasse a faixa sentido Mauá da avenida. Uma das representantes do grupo estudantil, Thalia Letícia Brito Nascimento, de 16 anos, foi empurrada por um dos PMs que forçou o grupo a abandonar o bloqueio. Os estudantes tentavam depois impedir o fluxo sentido capital.

Durante a confusão, Claudio Marques Almeida, 34 anos, pai de um dos estudantes, também foi agredido por policiais. Ele filmava um PM que segurava uma bomba de gás. Uma mãe de aluno também foi retirada à força da manifestação pela PM.

Antes da manifestação, a Secretaria Estadual de Educação se prontificou a receber os estudantes que ocupam a Escola Estadual Américo Brasiliense para debater a reorganização escolar. O documento chegou por volta das 16h30 desta terça para a comissão de estudantes. Os alunos, contudo, não desistiram de fechar uma das vias da avenida em manifestação contra o fechamento das escolas.

O ofício foi entregue por dois funcionários da Secretaria de Educação. Em um carro oficial, a dupla adentrou o jardim gramado em frente à escola. “Nem a polícia costuma avançar na grama desse jeito”, comentou uma aluna que faz parte da ocupação. Um dos representantes da comunidade escolar, Gabriel Inárcio Valença Nogaroto, de 18 anos, recebeu o documento com espanto. “É a primeira vez que o estado se manifesta com a gente. Mesmo assim, vamos avaliar a proposta”, disse o aluno do terceiro ano do ensino médio.

O documento garante que a diretoria de ensino de Santo André está à disposição para ouvir propostas diferentes à reorganização escolar. As alternativas, conforme o ofício, devem ser entregues pelos próprios alunos na sede da diretoria de ensino.