arbitrariedade

Ao defender alunos, professor é detido pela PM em escola de Pinheiros

Escola está ocupada desde ontem por alunos que protestam contra o projeto de reorganização que visa ao fechamento de pelo menos 94 escolas em São Paulo

Danilo Ramos / RBA

PM paulista cerca escola Fernão Dias, em Pinheiros, São Paulo, desde a manhã de ontem

São Paulo – O professor da rede pública paulista e integrante do sindicato da categoria José Roberto Guido foi detido na tarde de hoje (11) em frente à Escola Estadual Fernão Dias, no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital, após apontar abuso de autoridade de um representante do Conselho Tutelar que acompanhava a ocupação, promovida desde ontem por alunos que protestam contra a “reorganização ” do ensino imposta pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

A prisão ocorreu quando três estudantes, que compuseram o grupo de 25 que passaram a noite na escola, pediram para deixar o prédio, mas foram interpelados pelo representante do Conselho Tutelar (não identificado), que quis anotar os números dos documentos pessoais do trio.

Foi quando José Roberto interveio, apontando que a anotação de documentos dos menores era desnecessária e que a exigência tinha apenas o objetivo de intimidação. Os policiais que acompanhavam o diálogo entenderam que o professor cometeu “desacato a autoridade” e lhes deram voz de prisão. Ele foi levado ao 14º DP, em Pinheiros.

Presente à mobilização, a presidenta do sindicato dos professores estaduais de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel de Noronha, a Bebel, considerou a prisão do colega exagerada. “Está-se chegando num marco de arbitrariedade”, disse.

Bebel disse ainda que a Apeoesp providenciou imediatamente que um advogado fosse ao DP para dar assistência ao professor e tratar de sua liberação.