'reestruturação'

Estudantes de Diadema engrossam protestos contra fechamento de escolas por Alckmin

Câmara municipal se solidariza com alunos e professores e convoca audiência pública sobre o tema

Rodrigo Pinto/ABCD Maior

Alunos ocuparam o Legislativo municipal e pressionaram vereadores contra proposta de Alckmin

ABCD Maior – Diante da proposta da chamada “reestruturação” do ensino nas escolas estaduais, alunos e professores da rede estadual de ensino protestaram ontem (8) na Câmara de Diadema. De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) promoverá o fechamento das atividades de 17 escolas no ABC paulista. À noite, novo ato foi organizado no bairro Serraria, também em Diadema.

Alunos compareceram à sessão para pedir ajuda aos vereadores contra a medida do Palácio dos Bandeirantes. A maioria dos alunos era da Escola Estadual Diadema, situada na região central da cidade e que corre o risco de ter encerradas as atividades do período noturno.

“Eles querem cortar custos em transporte escolar, livros, água. O que o governo quer é um povo alienado e burro”, denunciou a estudante Natália Martins Carcavallo, aluna do período noturno.

Outra estudante, Rafaela Bonifácio, afirmou que a direção da unidade dificultou a mobilização dos estudantes contra o plano de Alckmin. “Tivemos que sentar de costas para as câmeras (de segurança) para fazermos os cartazes, porque a diretoria não quer que envolva o nome da escola”, alertou.

Ao lado dos estudantes, o professor da E.E. Diadema Jailson Santos fez críticas à gestão de Alckmin no setor educacional. “Neste ano letivo, assim com nos anteriores dos governos do PSDB, passamos por muitas dificuldades devido à qualidade da merenda, salas de aulas superlotadas e a violência. Só neste ano, Alckmin fechou três mil salas de aula” criticou.

À noite, novo protesto foi organizado em frente à Escola Estadual Adonias Filho, na região do Serraria, em Diadema, unidade que pode ter o ensino noturno extinto (como aponta levantamento da Apeoesp).

“O governador não aceita conversar. Decidiu fazer e pronto. Sou do Jovem Aprendiz, trabalho e poderei ser transferida para outra escola, pois o Alckmin fechará o ensino noturno. Alguém está preocupado se terei onde jantar ou descansar um pouco antes de ir para a escola? Parece que não”, afirmou a estudante Letícia Sampaio, de 17 anos.

De acordo com a Apeoesp, a Secretaria de Educação pode fechar 127 escolas em todo o estado. Os estudantes ganharam apoio dos parlamentares, que decidiram assinar uma moção de apoio ao movimento estudantil contra a reforma promovida pelo governo paulista.

A Câmara de Diadema também agendou para o dia 20, às 18h, a realização de uma audiência pública para debater o tema. A proposta foi encabeçada pelo vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT).

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo nega que o plano levará a fechamento de salas de aulas e afirma que a reestruturação vai melhorar a educação estadual e que terá limite de 1,5 quilômetro de distância para transferência de estudantes. A secretaria determinou que todas as escolas do estado organizem reuniões com os pais e alunos, dia 14 de novembro, para explicar a reestruturação. Cada unidade escolar vai estabelecer o horário para o encontro.

As escolas estaduais (E.E.) que podem ser fechadas em Diadema, de acordo com a Apeoesp, são: E.E. Raul Saddi, E.E. João de Melo, E.E. Simon Bolivar, E.E. Vila Santa Maria e E.E. Ana Consuelo. As unidades que deverão deixar de ter aulas noturnas, também segundo a entidade: E. E. Soldado José Yamamoto, E.E. Adonias Filho, E.E. Osvaldo Lacerda, E. E. Gomes Cardim, E.E. Diadema (antigo Cefam) e E.E. Jardim Arco-íris.

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